segunda-feira, 11 de junho de 2012

EMPINANDO PIPA

Durante a semana, no intervalo do curso, combinamos de empinar pipa, já que durante 21 anos de existência nunca tinha empinado uma. Até então, comentei com Gabi, Fabrícia, Monalyza, Durval, Jamison e Adilson. Já estava na cara que a empolgação era só minha, mas nem por isso desisti.

Já que o Durval se garante em fazer esse tipo de coisa por ter tido uma infância super bem vivida, o contrário da minha, sugeri que nos juntássemos, comprássemos as sedas e as linhas para que ele fizesse na casa dele, junto da gente, claro. Eu queria acompanhar todas essas etapas, pois queria aprender a criar uma também. E assim, marcamos no sábado, pela manhã, umas 8h e fomos lá.

Cheguei lá quando o Luan já estava e juntos esperamos o Durval terminar de desenhar algo para a tia-vizinha dele. Enquanto isso, naquela manhã ventilada, já empolgado para que começássemos a confeccionar as pipas, olhava para os fios e lembrava do módulo que começamos a ver: Eletricidade Básica. O que ele tem a ver com pipas? A foto abaixo que tirei vai responder:


Nem preciso lembrar que NÃO devemos empinar pipas próximo de fios elétricos e com a linha de cerol, né?

Pois bem, o Durval com sua eficiência já tinha preparado o esqueleto das pipas e ali mesmo, na calçada, comecei a observar ele preparando tudo:






O Adilson apareceu com muitas sedas minutos depois que chegamos, após eu ter mandado uma sms pra ele. Eu já sabia que isso ia acontecer!

E depois de todas prontas, olhem só a minha cara de criança orgulhosa com sua primeira pipa:

Adilson, Luan e eu.

Depois de muita ansiedade, hoje acordei umas 7h30 para esse dia tão especial. O Adilson ficou de passar aqui às 8h, e em ponto eu já estava pronto na calçada de casa quando ele apareceu. Um pouco antes, Gabi havia me mandando sms dizendo que estava passando em frente de casa, e fui logo pra janelinha da porta para vê-la. Junto dela estava Fabrícia que não parava de fazer "macaquice" pra eu rir. Elas iam à quadra. A Fabrícia iria treinar, como comentei em um dos post anterior. Passamos até lá, o Adilson foi convidado para ficar alguns minutinhos no gol enquanto chegava a goleira convidada. Por isso, a nossa demora.

Quando já era um pouco mais de 8h30, chegamos a casa do Durval, que nos recebeu com um sarcasmo que já tô acostumado. E lá fomos, Luan e Durval de bicicleta e Adilson e eu de moto. O sol estava começando a arder e foi pensando nisso que levei protetor solar e vesti camiseta para não ficar com duas cores. Na sombra de uma placa, "acampamos" e preparamos a rabiola (rabo da pipa) com a fita de fita cassete e amarramos a linha.

Adilson preparando a rabiola da pipa dele

Minha pipa já com rabiola e linha colocada


Todas prontas, aguardamos o vento dar o ar da graça. A manhã estava triste e o vento não aparecia como queria que aparecesse. O mais engraçado era que em todas as vezes que sentia vento e olhava para a biruta do aeroporto ao lado, que indicava melhor, já soltava minha pipa e saía correndo soltando a linha. Lembro disso porque o Durval sorriu da minha cara e disse com um pouco de ironia que eu era muito engraçado, pelo o meu jeito estranho de tentar empinar - rs.

Uma das minhas várias tentativas de fazer a pipa subir




Quando estava chegando próximo às 10h, o sol já estava incomodando e a impaciência começava a surgir. Mas eu estava ali, paciente e com força de vontade. Cheguei a dizer que não sairia dali enquanto a minha pipa não estivesse lá no alto, longe, muito longe.

Até que tentando, tentando e com a ajuda do vento e do Luan, consegui. \o/

Não sei explicar como é essa sensação de estar controlando uma pipa no céu. É algo que poderia até dizer que é mágico, de outro mundo, mas não sei bem se é. É muito massa quando ela roda, quando ela vai empinando para frente e subindo mais e mais quando a gente vai soltando a linha devagar. É legal demais ver a linha que está na sua mão desaparecer indo pro céu ao encontro da pipa. Sério, fiquei muito feliz nessa hora, ainda mais quando a minha linha acabou e o Luan resolveu emendar a da pipa dele, para que a minha ficasse mais alto.


Clique nessa foto para ampliar e ver a pipa lá...

As fotos abaixo são de quando ela já estava muito mais longe, portanto, é preciso que sejam ampliadas para uma visualização melhor, para isso, é só clicar nelas:





Fiquei mais ou menos uns 20 minutos com ela lá no alto. Às vezes eu passava a linha para o Luan, Durval. Acho que o Adilson não pegou porque já tinha desistido, já que a pipa dele não estava subindo muito bem, ainda mais juntando o sol, calor e impaciência.

A pipa do Durval estava um pouco perto da minha, mas ele acabou vacilando e a linha acabou quebrando, fazendo com que a pipa fosse bem mais longe da minha, se perdendo no céu. Ele lamentou muito por aquilo e até brincou dizendo que deveria ter colocado o endereço e número de telefone nela - rs.

Com isso, acabei ficando com medo da minha quebrar também e tomava todos os cuidados possíveis, desistindo minutos depois e fazendo com que o Luan trouxesse ela de volta. Enquanto ele puxava, eu enrolava a linha no carretel. Foi mais ou menos uns 10 minutos fazendo isso até que ela voltou, da mesma cor e do mesmo jeito:

Adilson lá atrás comemora - rs

Essa merece ir pro porta retrato

Sujos, suados e queimados do sol, enrolamos as pipas e colocamos na sacola. A falta de água não dava mais para esperar, então fomos a casa da mãe da Gilmara, D. Cristina, que está passando por uma situação super difícil, pelo qual Deus vai a ajudar. Eu torço por ela, já que contribuiu muito na minha vida escola. Foi tão triste ver ela daquele jeito, sem aquele sorriso de sempre no rosto, com aquelas lágrimas escorrendo. :'-(

Enfim, tomamos água enquanto tirávamos fotos dos nossos pés sujos:

Cima (Durval), Baixo (meu), Direita (Luan) e Esquerda (Adilson)


Não demorei muito por lá e seguimos. O Durval, como estava de BMX (bicicleta que aparece em algumas fotos acima), apressado como é, saiu em disparada. Fui com o Adilson na moto e o Luan estava mais atrás, na bicicleta dele. O caminho como podem ver, é de piçarra e oscilava com buracos e pedras grandes e pequenas. A BMX do Durval não tinha freio e ele não conseguia andar devagar e, um pouco próximo do bambuzal, de longe o vi caindo de frente, batendo a cabeça no chão.

Chamei atenção pro Adilson daquilo e ele acelerou a moto para que chegássemos próximo de onde ele estava. Enquanto nos aproximávamos do Durval, ele já levantava, com a mão na testa, e o sangue transbordando por entre seus dedos. Eu vi muito sangue e na mesma hora falei, depois de ter saído de cima da moto, muito rápido, enquanto o Adilson tirava a sua camisa e entregava pra Durval estancar o sangue, para que levasse logo ele pro hospital. Segundos antes de subir na moto, ele me mostrou a mão com um corte na palma de uma das mãos, do lado esquerdo. Durval, mesmo com "sangue quente", se preocupou com sua chinela e eu disse para que ele fosse descalço.

Apanhei o celular dele no chão, coloquei a chinela dele dentro da sacola onde estava as pipas e levei a BMX que estava com o guidom torto para baixo e corrente caída. Enquanto isso, não sabia o que fazer. Pensava em como iria contar aquilo pros pais dele, pro irmão dele e o que faria com a bicicleta sem que não impressionasse ninguém. Liguei para a Gabi, contei quase chorando o que houve e ela me confortou um pouco.

Sentei alguns minutos em uma tábua, na sombra de uma grande árvore, olhei pro Luan que olhava pra mim narrando e reclamando do acontecido. Aquilo, sinceramente, já estava me irritando, então, liguei pro Adilson. Ele disse que estava no hospital e que estava tudo bem, que não foi muito grave o que houve, mas falou um pouco do dedo da mão direita. Falou que tinha arrancado muita carne e que chegou a mostrar o osso. Ao ouvir isso, comecei a chorar. Adilson pediu para que eu fosse ao hospital, mas como estava muito longe e eu estava a pé, o Luan foi, levando uma camisa pra ele.

No caminho, deixei a bicicleta e a sacola com as pipas na casa da Katllís, que nem estava lá. E assim segui e encontrei Gabi, Monalyza e Fabrícia que já estavam me esperando. Como o Luan já tinha passado por elas, ele explicou o que tinha acontecido. Segui em frente e elas foram a pé mesmo ao hospital comigo.

Após muita demora, cheguei lá e Durval já estava com o dedo e testa com curativos. Ele chorava enquanto se lamentava pelo que aconteceu, perguntou o porquê de tudo aquilo, sobretudo do dedo. Eu nunca tinha visto ele chorar e chorei vendo essa cena, mas não podia fazer nada.

O Adilson foi comigo deixar ele em casa. Chegando lá, ele tomou banho e conversou com o irmão dele. Conversei com o Adilson enquanto Durval tomava banho, sobre o dedo dele e ele me explicou que foi feio, mas tem condição de arrumar. Eu chorava, me sentia culpado e o Adilson pedia pra eu relaxar. Me deu muito medo quando o Durval falou após o banho que o médico disse que se o dedo infeccionasse, já era. :'-(

A vó e vô dele apareceram e eles estavam calmos, graças. Foi tudo tranquilo.

Era 12h em ponto quando saí com o Adilson pra comprar os remédios. De lá, fomos pegar a bicicleta e a sacola com as pipas. Da sacola, tirei somente o chinelo e entreguei as pipas para o Adilson, que revoltado, amassou todas e jogou em um lixo próximo da rua. Senti o meu sonho naquela hora se desmoronar, mas me toquei que uma vida, sem dúvida, vale muito mais do que aquele momento.

Ao chegar em casa, rezei e agradeci a Deus por não ter acontecido nada de grave. Com tentativa de esquecer, nem almocei, tomei um banho, e fui tentar dormir. Confesso que não dormi direito, pois às vezes eu me espantava, lembrava das cenas e aquilo me causava certo desconforto.

Assim que acordei, no começo da noite, liguei o computador e falei com o irmão dele pelo bate papo do facebook. Ele me disse que o Durval estava bem, que os pais deles brigaram só um pouquinho e que ele iria amanhã (hoje) para o curso.

Amanhã (hoje), será um novo dia!

Obrigado, Senhor!

5 comentários:

  1. Espero, sinceramente, que o nosso amigo Durval recupere-se o mais rápido possível e volte, logo logo, a nos impressionar com sua musica e teclado.
    Gostei como narrou! Parabéns!

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  2. Espero que o Durval melhore logo, ele está muito triste pq não está conseguindo tocar.

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  3. Espero que o Durval melhore logo, ele está muito triste pq não está conseguindo tocar.

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  4. oi - eu gostaria de usar ums das fotos en cima (a pipa con fita de fita de cassete) - eu escrevo par uma revista na Dinamarca - voce vai permitir isso?
    Muito obrigada
    Astrid
    Voce pode escrever para mim aqui: astrid@ipamki.com

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    1. - Oi, bom dia! Mandei e-mail para você! Obrigado pelo comentário. Meu contato aqui: andersonfunnie@hotmail.com

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