segunda-feira, 14 de setembro de 2020

INFERNO PESSOAL

Apareci aqui porque eu sei que se eu for contar essa história pra qualquer pessoa, não acreditarão.  Vão dizer que estou vendo muita série, pensando demais no que não deveria pensar ou até mesmo ficando doido.

Hoje cheguei em casa e, cansado, pois fiquei a manhã toda fazendo algo que não costumo fazer tendo como foco maior, deitei na cama, fiquei um pouco no celular e dormi após colocar o despertador para às 14h. E foi aí que tudo começou...

No começo do sono eu fiquei pensando nas preocupações e em uma pessoa que amo muito e estou tentando ignorar. E, como dizem, mente vazia, oficina do capiroto, fiquei fantasiando e criando mil coisas na cabeça com detalhes, baseado no que vivi... E foi aí que próximo às 14h eu visitei meu inferno pessoal!

Eu estava estudando em Teresina, com aquele calor da tarde, no IFPI, quando já estava no horário de saída das aulas. Tudo de valioso que eu tinha ali além da vida era meu celular e tentei seguir o caminho para, pela primeira vez, pegar o ônibus e voltar pra casa. Aquela agonia de muita gente se esbarrando... Aquele bafo quente mesmo aparentando ser final da tarde... Aqueles vendedores ambulantes na porta... Os malas também... Querendo fugir daquela parada de ônibus lotada, decidi subir uma ladeira que levava a outra parada, na rua de trás, em outra saída do Instituto. Nisso, me vi sendo observado por vários malas, com aquela tensão e aquele medo do celular tocar ou vibrar. Num vacilo de pressionar o celular ao meu corpo, ele caiu no chão e com o impacto, dobrou no meio. Meu coração que já estava a mil, faltou sair da boca. Com uma dor no coração e querendo chorar, apanhei ele do chão, tentei desdobrar ele com cuidado e segui caminho, querendo desistir de tudo. Antes mesmo de virem me assaltar, pensei em ligar pro Dalton ir me buscar (o que seria impossível, como sempre acontece na vida real) e, na aproximação dos assaltantes, acordei com um suspiro forte como se estivesse voltando com toda a força de um mundo.

Mas por que digo que isso é meu Inferno Pessoal? Porque realmente é. Tenho medo de muita gente junta, do(e) desconhecido, o calor me faz ficar mais aperreado, os assaltantes me causam um horror extremo e o celular é algo que sempre sou apegado. Perder um celular nas circunstâncias que estou é o meu fim, literalmente.

Esse termo Inferno Pessoal tirei de American Horror Story - Coven, onde as bruxas para tirar a prova de quem será a suprema, devem ir e voltar em seu Inferno Pessoal. Se voltar, as chances de ser a suprema são as maiores. Agora comigo não sei o que quis dizer.

Ainda estou meio atordoado, por isso vim aqui rapidão registrar isso. Espero em breve não depender de remédios, nem continuar voltando lá porque foi horrível. 😓😭