segunda-feira, 22 de abril de 2024

PORQUÊS

A gente pensa que os porquês só são feitos por crianças em uma determinada fase, né? Engano. Eu, com mais de trinta anos, ainda tenho tantos porquês.

Os meus porquês são mais em relação a mim mesmo. Às vezes ele é seguido até de uma resposta, mas aí vem outro por quê. “Por que você é assim, Anderson?”, “Por que você (não) gosta disso?”, “Por que você prefere assim?”, “Por que você (não) falou?”... E assim vai seguindo.

Essas perguntas geralmente me matam por dentro e fico tão pressionado em ter que respondê-las pra mim mesmo. A cabeça do ser humano... Ou melhor, a minha cabeça é bem complicada. Eu fico com medo de tudo, até de como as pessoas podem estar me vendo – sendo que eu mesmo sei que não preciso de aprovação delas.

Eu só queria viver a minha vida em paz e tranquilo, sabe. Só queria que as pessoas pudessem respeitar o meu jeito estranho, diferente e que não vai de encontro a uma pessoa normal.

Estou ciente que estou deixando de viver muitas coisas por vergonha e julgamentos, mas sei que isso não é desbloqueado do nada, como num estalar de dedos. É preciso ajuda e de tempo pra aprender a lidar com certas situações, e é justamente esse o meu medo: o tempo. Não sei se tenho mais tempo pra ser "consertado". Sinto que estou vivendo no automático... É um medo e uma pressão ao mesmo tempo.

Por quê? 🤔💭

terça-feira, 16 de abril de 2024

REVISTA LEIA HOJE: ENCICLOPÉDIA DO MARANHÃO – COELHO NETO

No último sábado (13), como de costume, no final da tarde fui pegar chuva caminhar com o Abimael às 17h. Na verdade, a desculpa acaba sendo a caminhada... Gosto mesmo é de pegar chuva, e geralmente chove depois desse horário. Não sei explicar, mas tenho uma conexão com a chuva, me faz bem, chuva é tão bom... Mas isso não vem ao caso agora. 🙂

No nosso percurso o que não falta é papo. Falamos de quase tudo que nem conseguimos ver o tempo passar. Num desses papos, por ele ser professor, comentou comigo sobre uns projetos futuros para os seus alunos no final do próximo semestre. Ele me apresentou algumas ideias e me perguntou o que eu achava delas, e assim fomos falando sobre isso. Como será algo sobre a Consciência Negra, lembrei que aqui em Coelho Neto já existiram - ou se bobear, ainda existem - descendentes de escravos (ou "escravizados", como é dito hoje em dia). Foi aí que lembrei que há uma matéria em uma revista bem antiga da nossa cidade sobre isso. ~ Há quanto tempo não fazem mais revistas com histórias sobre a nossa cidade, né? ~ Fiquei de saber quem teria essa revista pra me emprestar e sabia que não seria tão difícil de conseguir ela. Foi aí que lembrei de meu outro professor, o Francisco Lima. Ele adora guardar essas coisas, então era quase certeza que ele teria em casa.

Ontem mesmo mandei mensagem pra ele perguntando e ele disse que iria verificar e que depois me retornaria. Após eu cobrar ele por algumas vezes, já tarde da noite ele achou! 😁

Hoje cedo da manhã lembrei novamente ele, e como ele ia pra uma Clínica vizinha ao meu trabalho, marcou de eu ir pegar lá. E fui. Foi rápido! Voltei pro trabalho e já mandei foto da revista pro Abimael ver que consegui.

A revista apesar de estar com o canto superior direito da capa roída de rato - HAHAHAHA -, está bem conservada. Aposto que há muito tempo não abriam ela e suas últimas páginas estavam até meio grudadas por algo que a deixou úmida em todo esse tempo.

Foi meio louco ter que abrir, mesmo com bastante cuidado, uma revista tão antiga. Sempre sinto algo estranho nesses momentos... parece que volto ao passado. Me vejo criança ali folheando algo só pra ver as imagens, pois era muito conteúdo pra ler na época. Hoje, facilmente, devoraria ela inteira, assim como fiz em alguns trechos enquanto digitalizava.


Sim, ontem mesmo tive essa ideia de digitalizar!

Como antes de pedir o professor Francisco Lima eu já havia buscado no Google e não tinha encontrado, então por que não digitalizar e deixar aqui na web pra quem quiser? Agora, assim, qualquer pessoa pode ter acesso, fazer suas pesquisas e até ler por curiosidade ou hobby mesmo, assim como fiz mais cedo. 

Abaixo, dois links para quem quiser baixar. Se não der certo um, tenta o outro. 😉


Comenta se baixou, se deu certo...

Ahhh, abaixo, vou deixar algumas frases ou palavras-chave para que possam encontrar esse post mais fácil nos sites de pesquisa:

REVISTA LEIA HOJE, COELHO NETO - MA, ENCICLOPÉDIA DO MARANHÃO, PREFEITURA, HISTÓRIA, MUNICÍPIO, DOCUMENTOS, CURRALINHO, IGREJA, POLÍTICA, DUQUE BACELAR, PREFEITOS, EDUCAÇÃO, CULTURA, MEMÓRIA, ESCOLA, DESPORTO, LAZER, BOIZINHO DE SALÃO, LIGA ESPORTIVA, AÇÃO SOCIAL, MEIO AMBIENTE, SAÚDE, OBRAS, ECONOMIA, TRANSPORTE, COMUNICAÇÃO, INDUSTRIA, AUTORIDADES MUNICIPAIS, PRESIDENTES DA CÂMARA, HINO, BANDEIRA, BRASÃO.

Obrigado por ler até aqui.

Até!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

FRAGILIDADE > RESPEITO

Nem queria ter que vir aqui registrar isso, afinal, tudo ficará exposto, mas me senti com tanta vontade... Certas coisas preciso descarregar pra não surtar, como já sabem. 🥸
 
Então... Às vezes fico me perguntando o porquê de não ter muitos amigos, de achar que o problema está comigo, mas, às vezes, também, agradeço por estar só.
 
Quem é dos meus sabe o quanto tento ajudar, conversar e mostrar, talvez, algumas qualidades que tenho. Por mais que em alguns momentos me reconheça como uma pessoa ruim, a minha "ruindade" seja a forma de me precaver.
 
É muuuuito difícil ser diferente, ser a gente mesmo e até não ser nada ~ como é assim que me acho às vezes. Tenho fugido de tudo que me faz mal, mas tem horas que não tem mais como. Eu queria apenas ignorar, sair de perto, não responder, mas há situações que sou obrigado a ficar ali e aguentar tudo calado – e o pior é que, por mais que eu queira, não consigo me manter calado. Sou ser humano, preciso e tenho todo o direito de me defender também, né. Fico sendo instigado justamente pra isso. 😒
 
Nessa semana me incomodei com algumas falas de um "amigo”. Se não me engano, nos encontramos apenas duas vezes nessa vida, mas não chegamos a conversar por muito tempo nesse pessoalmente. Dessas duas vezes, as conversas foram de 5 a 10 minutos, se tiver sido bem menos que isso. Dias atrás, pela internet, começamos a conversar sobre organização e assim um papo foi puxando o outro, que veio outro, até chegar em minhas coisas pessoais.
 
Meus amigos mais próximos sabem que eu sou muito nostálgico, que amo guardar coisas antigas e que isso acaba fazendo eu criar um afeto e deixar meu coração aquecido, por mais que na maioria das vezes eu até chore querendo reviver aquilo. Mesmo assim, o sentimento de nostalgia me traz um ar de que estou vivo, que estive vivo e que cada vez mais quero criar memórias para no futuro sentir o mesmo. Deu pra entender?
 
Em um dos pontos descrevi o que guardo em todas as gavetas da minha cômoda, até que disse que na quinta e última gaveta, guardo camisas que não consigo dar pra alguém, que têm valor sentimental. Ou seja, por exemplo, nessa gaveta tem uma camisa branca com a estampa do Doug que ganhei do Murilo de presente de aniversário muitos anos atrás; também tem uma camisa preta com vermelho, acho que nem é de marca, que ganhei de um amigo também virtual, o Lucas, com muito mais anos atrás, além de outras. Nisso, ele solta o seguinte:


A pergunta já me deixou meio “aí vem coisa”, quando o textão seguinte me machucou mais ainda. Sabe quando a gente recebe uma opinião sem a gente pedir? Frases descritas “não acho isso normal”, “uma terapia pra falar sobre” me deixaram com tanto sentimento misturado: chateação, constrangimento, vergonha, raiva... Difícil explicar todos os  sentimentos, né!?
 
Tentei mudar de assunto com humor – algo que nem tenho nessas horas, mas tento forçar – dizendo que assim como estranham um cara de 33 anos ainda escrever diário. Aí a conversa foi ficando mais desconfortável ainda.
 
Tentei explicar que é legal ser diferente, que o quanto seria chato se todos nós fôssemos iguais e gostássemos da mesma coisa, foi aí que ele disse que o assunto estava me incomodando e que não iria mais tocar nele, me pedindo desculpa. Viu? É aquilo que eu sempre falo: quando eu estou desconfortável, não consigo disfarçar. E ele percebeu. E eu, burro, ainda tentei me fazer de forte e que aquilo não estava me abalando: “Que nada, não me incomoda. Legal é ser diferente, isso que é interessante. Isso faz a gente ver um novo mundo”.
 
E aí que a macetada foi bem maior! 🤯
 
“Te vejo um cara tão inteligente, tão focado, mas aprisionado na própria mente!”. Isso é coisa que se fala pra alguém sem saber de nada da vida e o que ela já passou? “Fico imaginando o quanto você seria mais feliz se vivesse com mais independência...” CARAAAA!!! Li isso com lágrimas nos olhos.
 
Tentei finalizar o papo dizendo: “A gente teria que ficar mais próximo pra entender um o lado do outro sabe? Em outros contextos, os porquês.” E finalizou com a frase que mais odiei e que fez com que eu quisesse que parasse por ali: “Você foge da terapia como o diabo foge da cruz!”, e riu. MERMÃO DO CÉU!!! 😠😭
 
Trocamos de assunto, mas aquilo ficou na minha cabeça.
 
Não é a primeira vez que conversamos e que no final ficamos num papo onde opiniões são diferentes e não são respeitadas. Se torna desconfortável, às vezes, conversar com ele. Eu gosto dele, eu sei o que ele passa na vida dele também pelo que me diz. Nunca fui de julgar ele, pelo contrário, fui de tentar dar soluções, de ajudar, tendo todo o limite que posso ter com uma pessoa que também tem as suas fragilidades.
 
Apontar coisas sem saber de fato é difícil. Não posso dizer que não aponto... Sim, às vezes pode acontecer, afinal, não sou perfeito, mas reconheço que quando a carga vem pra cima da gente o peso é bem maior. Paciência. 💆🏻‍♂️
 
Com tudo que ele me falou, absorvi e tentei filtrar: “Não, não sou isso, não sou aquilo. Eu não posso ligar. O cara nem me conhece totalmente, ora”. E fico pensando também que ele falou pra me ajudar, pro meu bem, mas que não teve a forma certa de se expressar ou de procurar saber das coisas. Fiquei muito triste, claro, mas é isso, o que posso fazer? Tenho que conviver com o que as pessoas acham ou pensam, eu sei que também tenho minhas teorias sobre tudo e sobre todos, a minha imaginação vai a mil, mas na maioria das vezes me contenho e procuro ouvir, pergunto, pra tentar tirar minhas próprias conclusões.
 
Não preciso passar por isso, mas também não tem como correr. 🤷🏻‍♂️
Wanderson Rebelo