sábado, 30 de julho de 2022

CAMINHADA SOZINHO

Como sempre falo aqui, a cada ano me sinto bem mais sozinho. A minha bolha social não sei aonde foi parar. Me sinto só, mas consigo me confortar com aquela frase clichê: "Melhor só do que mal acompanhado". 😞

Passo muito tempo em casa e o trabalho acaba sendo a minha distração. Lá, além de trabalhar, claro, consigo me divertir, rir e conversar sobre assuntos diversos. Embora o ambiente não seja propício para isso, tento o máximo aproveitar as 8h diárias que tenho há quase 8 anos. No trabalho já sorri, já chorei escondido e também não escondido, já me irritei bastante e também já me senti querido por pessoas que passam por lá. Isso faz parte do trabalho, essa montanha-russa. 

Na verdade, nem é exatamente disso que quero registrar hoje aqui. Esses dias, com apertos no meu coração e na procura de um profissional da saúde mental, tenho tentado desafiar alguns medos. Estou evitando ficar sozinho nos finais de semana e, quando tenho que ficar sozinho, busco algo que me faz bem: vejo uns vídeos aleatórios de curiosidades ou entretenimento no internet ou, como frequentemente tem acontecido, ligo pro Arthur. Fico horas conversando por vídeo chamada com ele e isso preenche a minha mente de uma forma que me livro de vários pensamentos ruins ou que deixam eu parar de me assustar à toa. 🙂

Hoje à tarde, no medo de ficar triste e na falta/preguiça de ver mais coisas na internet, decidi que iria sair pra caminhar. Pensei em chamar duas pessoas, mas eu tinha certeza que a resposta seria negativa. Penso que eu não seja mais um boa companhia pra ninguém. Mandei mensagem pro Filipe, mesmo sabendo que ele poderia dizer não, mas tentei, afinal, o não eu já tinha... Vai que por um milagre ele aceitaria o convite, né. Enquanto aguardava a resposta dele, fui tomar banho.

Umas 16h30, após sair do banho, vesti o calção que havia comprado dias atrás, busquei por um tênis velho, acabado e descolado que o Pedro me deu há vários meses, ou até ano já, coloquei um blusão que ganhei do André, respirei fundo, parei no meio do quarto, fechei meus olhos e pedi coragem a Deus, fazendo ali uma pequena oração para que ele me mantivesse seguro até o meu retorno pra casa.

Chequei novamente o celular pra verificar se já havia mensagem do Filipe, que não tinha, olhei a hora (exatas 16h48) e sai de casa.

O tempo estava um pouco nublado, tinha acabado de serenar - o que foi estranho, pois já estamos no final de julho -, e ventava um pouco. O cheiro que eu senti de terra molhada era muito bom e segui firme até depois da Escola Maria Regueira dos Santos. Ao final dela, retornei e segui na Avenida Santana. Eu achava que não aguentaria muito, não tinha me alongado, mas queria que o meu limite me permitisse até onde desse. Segui até o final da Avenida Santana e voltei de novo, cortando para passar na rua do meu trabalho, depois na Sérvulo de Lima, um pouco da Avenida Coelho Neto, Balão e minha rua. Pareceu bem rápido, mas eu senti muita coisa durante todo esse percurso.

Foi muito bom ver a minha cidade com outras perceptivas. Caminhar mexeu com muitos sentidos meus, sério mesmo. Quando cheguei próximo da minha escola senti uma nostalgia grande, veio flashs na minha cabeça e isso me deixou feliz - e segundos de tristeza também. Vi casas da Vila abandonadas, destruídas e senti vontade de morar lá. Na Avenida Santana vi de tudo: pessoas conversando na calçada, um senhor tocando cavaquinho (ou era violão mesmo?), jovens jogando bola em um espaço da calçada onde tinha grama, pessoas festejando em casa com música alta e foguetes. Foi muito bom! 🙃 Fora que senti vários cheiros enquanto passava, jogados pelo vento: perfumes que eu sentia quando era criança, comida do jantar sendo preparada em alguma das casas, cheiro de flores de algumas árvores, do mato característico e até de fumaça de fogueira feita no quintal de casa. Volto a dizer, foi muito bom... Ainda mais por ver o dia indo embora e a noite chegando.

Cheguei em casa um pouco suado, aliviado e me sentindo bem. Logicamente, agradeci a Deus por minha chegada e prometi que, como primeira vez, registraria aqui ou no diário. Ansioso, peguei o celular para ver quanto tempo tinha passado fora de casa e me frustrei ao mesmo tempo que me surpreendi: eram 18h03. Como assim eu só tinha passado uma hora fora de casa?? Eu jurava que já estava andando há mais de duas horas. 😬

Vou tentar ir amanhã novamente, sozinho de novo, seguindo outra rota, outras ruas, mas com todo o cuidado e ainda sem levar celular, claro. Se eu continuar com essa frequência, pelo menos nos finais de semana, quero acrescentar uma música nessas idas. Não posso levar o celular, então tentarei comprar um eletrônico discreto do começo dos anos 2000 - rs.

É isso! Até depois! 😉

sábado, 23 de julho de 2022

QUEM PROCURA ACHA! (?)

E é com esse título que começo a digitar enquanto estou sozinho. ☹️

Não tenho na verdade o que explicar, mas eu teria que jogar de alguma forma esse desabafo pra fora. Há meses que ando procurando algo que sei que se eu achasse não ia me fazer bem... E num é que hoje pela manhã eu achei. Fico me perguntando: como é que eu vou procurar algo que eu sei que não vai me fazer bem, minha gente? E lá foi eu, como se fosse cometer um crime, de forma silenciosa, para o começo da minha tortura.

Sabendo que não sei não demostrar tal reação, fiquei o dia com o semblante triste e usei a desculpa de dor de cabeça e fome pra poder me safar dos questionamentos que poderiam surgir.

Estou muito pensativo sobre e, para que eu não haja com a cabeça quente, preferi, mesmo com toda dificuldade, me manter zen ou fingir que nada aconteceu. Odeio me pressionar a ser alguém que não sou, já que toda vida fui assim, mas de hoje até segunda-feira tenho que tentar disfarçar o máximo essa minha tristeza.

Sei que na segunda quando voltar a realidade vou deixar esse choro acumulado cair e, com certeza, criarei noias na minha cabeça até descobrir a real verdade. Eu sei, também não sou santo e fiz o mesmo, mas, sei lá, não quero ficar com esse pensamento egoísta agora.

Mais uma vez, acho que vai ter um fim. O "pra sempre" nunca vai acontecer comigo.
Ronny Oliveira
💔

quarta-feira, 13 de julho de 2022

SONHANDO COM AVÓ

Não estava na intenção de vir aqui, mas, do nada, me deu vontade de registrar o sonho que tive no começo da manhã de hoje. Lembrei durante o dia, mas estive tão ocupado que o esquecimento veio depois, fazendo a lembrança ser somente agora.

Em junho de 2017 estava no meu trabalho quando recebi a pior notícia da minha vida, o falecimento da minha avó, fato este que registrei aqui. De lá pra cá sonho muito com ela e só sonhos maravilhosos. Não lembro com riqueza de detalhes de todos, mas o de hoje quero lembrar pra sempre. 🥺

No sonho, ela estava costurando em sua máquina que ficava na cozinha. Usava um vestindo branco estampado cheio de cores jogadas. Estava bem, ativa e muito jovial. Em um determinado momento, levantou da cadeira de madeira que sempre usava, para buscar algum item de costura que estava atrás. Sendo assim, a vi em pé, de costas. Depois, voltou e sentou na cadeira e, como sempre fazia, peguei sua mão macia e fiquei cheirando e passando no meu rosto, na minha barba, esperando ela falar mal da minha barba em tom de brincadeira. Nisso, encostei minha cabeça em seu colo e fiquei ali enquanto ela passava as mãos no meu rosto e cabelo. E foi nesse momento de silêncio que algo que raramente acontecia, aconteceu: pedi um abraço. Ela me deu e aproveitei pra dizer que a amava. "Eu te amo, Bó!". Ela, em meus braços enquanto eu sentia os seus ossos, já que já estava magrinha, disse "Eu também te amo!". Ali, ainda sem soltar, naquele abraço demorado, chorei. ❤️😢

Antes de abrir os olhos ao acordar, percebi que eles estavam com lágrimas acumuladas. Ao abrir, derramou. O coração ficou tão cheio de saudade. O sonho foi muito real! Eu sinto tanta falta dela... 🙁

* * *

Sei que meus sonhos são a base de que vejo no meu dia a dia. Já percebi que sonho muito quando acontece algo que me impressiona, que me deixa de certa forma assombrado, ou até mesmo quando estou muito ansioso. Atualmente, o fato dos tiros trocados de dois homens em uma festa de aniversário por motivo de fanatismo político e também do médico que estuprou a mulher enquanto estava em trabalho de parto, me deixaram um pouco transtornado e desconfiado da capacidade humana. Já o vestido branco e colorido, foi pelo vaso branco com diversas cores respingadas feito pelo André que me mostrou ontem à noite. E toda essa "volta" dela pra me abraçar e dizer que me ama foi por eu estar nos últimos capítulos da novela A Viagem. Na novela, os espíritos estão voltando para a terra para ver ou ajudar de alguma forma os amigos e familiares deixados. 

Ainda assim, isso me deixou feliz demais, por isso o registro aqui.

Depois volto! 😗

quinta-feira, 7 de julho de 2022

NÃO SUPERO

Vou parar de começar a fazer post dizendo que vou ser breve, porque sou bem intenso nos detalhes e nas situações que venho fazer registro aqui, e acabo sempre terminando em textão.

Na verdade, eu só queria mais uma vez encontrar um meio para desabafar. A minha preguiça de abrir o diário, pegar uma caneta e começar a escrever é grande. Como aqui é um dos meios que uso para desabafos, por que não?

Então, dois dias atrás comecei a me reafirmar o quanto eu sou louco ou demoro muito para superar as coisas. Eu achava que superar relacionamentos era ruim, até estar nessa situação e perceber que é muito pior do que imaginava. Já se passaram uns três anos e ainda não consegui entender o meu coração. Tem horas que o meu olhar vai direto em direção ao seu caminho ou o pensamento vai certeiro de "se estivesse aqui?" e outras vezes luto contra isso e tento cortar caminhos ou não verificar mais os carros brancos.

Do nada, em meio a 360 graus, meu olhar vai diretinho a sua direção, é incrível essa precisão ou conexão, sei lá... e depois disso não consigo mais controlar. É como se eu estivesse querendo ver o que não é pra eu ver, ou, sei lá, maquinar mil coisas na cabeça e sofrer. Às vezes é querer saber como está fisicamente ou com quem anda. Tem dias que o meu controle é bem maior e minha caminhada é feita apenas com olhar em direção ao chão. Não quero ser vigia de ninguém, muito menos indiscreto.

Até quando vai ser assim? Penso que só serei totalmente livre desse sentimento quando eu externar a verdade. 🙁
Aécio Martins