segunda-feira, 22 de abril de 2024

PORQUÊS

A gente pensa que os porquês só são feitos por crianças em uma determinada fase, né? Engano. Eu, com mais de trinta anos, ainda tenho tantos porquês.

Os meus porquês são mais em relação a mim mesmo. Às vezes ele é seguido até de uma resposta, mas aí vem outro por quê. “Por que você é assim, Anderson?”, “Por que você (não) gosta disso?”, “Por que você prefere assim?”, “Por que você (não) falou?”... E assim vai seguindo.

Essas perguntas geralmente me matam por dentro e fico tão pressionado em ter que respondê-las pra mim mesmo. A cabeça do ser humano... Ou melhor, a minha cabeça é bem complicada. Eu fico com medo de tudo, até de como as pessoas podem estar me vendo – sendo que eu mesmo sei que não preciso de aprovação delas.

Eu só queria viver a minha vida em paz e tranquilo, sabe. Só queria que as pessoas pudessem respeitar o meu jeito estranho, diferente e que não vai de encontro a uma pessoa normal.

Estou ciente que estou deixando de viver muitas coisas por vergonha e julgamentos, mas sei que isso não é desbloqueado do nada, como num estalar de dedos. É preciso ajuda e de tempo pra aprender a lidar com certas situações, e é justamente esse o meu medo: o tempo. Não sei se tenho mais tempo pra ser "consertado". Sinto que estou vivendo no automático... É um medo e uma pressão ao mesmo tempo.

Por quê? 🤔💭

terça-feira, 16 de abril de 2024

REVISTA LEIA HOJE: ENCICLOPÉDIA DO MARANHÃO – COELHO NETO

No último sábado (13), como de costume, no final da tarde fui pegar chuva caminhar com o Abimael às 17h. Na verdade, a desculpa acaba sendo a caminhada... Gosto mesmo é de pegar chuva, e geralmente chove depois desse horário. Não sei explicar, mas tenho uma conexão com a chuva, me faz bem, chuva é tão bom... Mas isso não vem ao caso agora. 🙂

No nosso percurso o que não falta é papo. Falamos de quase tudo que nem conseguimos ver o tempo passar. Num desses papos, por ele ser professor, comentou comigo sobre uns projetos futuros para os seus alunos no final do próximo semestre. Ele me apresentou algumas ideias e me perguntou o que eu achava delas, e assim fomos falando sobre isso. Como será algo sobre a Consciência Negra, lembrei que aqui em Coelho Neto já existiram - ou se bobear, ainda existem - descendentes de escravos (ou "escravizados", como é dito hoje em dia). Foi aí que lembrei que há uma matéria em uma revista bem antiga da nossa cidade sobre isso. ~ Há quanto tempo não fazem mais revistas com histórias sobre a nossa cidade, né? ~ Fiquei de saber quem teria essa revista pra me emprestar e sabia que não seria tão difícil de conseguir ela. Foi aí que lembrei de meu outro professor, o Francisco Lima. Ele adora guardar essas coisas, então era quase certeza que ele teria em casa.

Ontem mesmo mandei mensagem pra ele perguntando e ele disse que iria verificar e que depois me retornaria. Após eu cobrar ele por algumas vezes, já tarde da noite ele achou! 😁

Hoje cedo da manhã lembrei novamente ele, e como ele ia pra uma Clínica vizinha ao meu trabalho, marcou de eu ir pegar lá. E fui. Foi rápido! Voltei pro trabalho e já mandei foto da revista pro Abimael ver que consegui.

A revista apesar de estar com o canto superior direito da capa roída de rato - HAHAHAHA -, está bem conservada. Aposto que há muito tempo não abriam ela e suas últimas páginas estavam até meio grudadas por algo que a deixou úmida em todo esse tempo.

Foi meio louco ter que abrir, mesmo com bastante cuidado, uma revista tão antiga. Sempre sinto algo estranho nesses momentos... parece que volto ao passado. Me vejo criança ali folheando algo só pra ver as imagens, pois era muito conteúdo pra ler na época. Hoje, facilmente, devoraria ela inteira, assim como fiz em alguns trechos enquanto digitalizava.


Sim, ontem mesmo tive essa ideia de digitalizar!

Como antes de pedir o professor Francisco Lima eu já havia buscado no Google e não tinha encontrado, então por que não digitalizar e deixar aqui na web pra quem quiser? Agora, assim, qualquer pessoa pode ter acesso, fazer suas pesquisas e até ler por curiosidade ou hobby mesmo, assim como fiz mais cedo. 

Abaixo, dois links para quem quiser baixar. Se não der certo um, tenta o outro. 😉


Comenta se baixou, se deu certo...

Ahhh, abaixo, vou deixar algumas frases ou palavras-chave para que possam encontrar esse post mais fácil nos sites de pesquisa:

REVISTA LEIA HOJE, COELHO NETO - MA, ENCICLOPÉDIA DO MARANHÃO, PREFEITURA, HISTÓRIA, MUNICÍPIO, DOCUMENTOS, CURRALINHO, IGREJA, POLÍTICA, DUQUE BACELAR, PREFEITOS, EDUCAÇÃO, CULTURA, MEMÓRIA, ESCOLA, DESPORTO, LAZER, BOIZINHO DE SALÃO, LIGA ESPORTIVA, AÇÃO SOCIAL, MEIO AMBIENTE, SAÚDE, OBRAS, ECONOMIA, TRANSPORTE, COMUNICAÇÃO, INDUSTRIA, AUTORIDADES MUNICIPAIS, PRESIDENTES DA CÂMARA, HINO, BANDEIRA, BRASÃO.

Obrigado por ler até aqui.

Até!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

FRAGILIDADE > RESPEITO

Nem queria ter que vir aqui registrar isso, afinal, tudo ficará exposto, mas me senti com tanta vontade... Certas coisas preciso descarregar pra não surtar, como já sabem. 🥸
 
Então... Às vezes fico me perguntando o porquê de não ter muitos amigos, de achar que o problema está comigo, mas, às vezes, também, agradeço por estar só.
 
Quem é dos meus sabe o quanto tento ajudar, conversar e mostrar, talvez, algumas qualidades que tenho. Por mais que em alguns momentos me reconheça como uma pessoa ruim, a minha "ruindade" seja a forma de me precaver.
 
É muuuuito difícil ser diferente, ser a gente mesmo e até não ser nada ~ como é assim que me acho às vezes. Tenho fugido de tudo que me faz mal, mas tem horas que não tem mais como. Eu queria apenas ignorar, sair de perto, não responder, mas há situações que sou obrigado a ficar ali e aguentar tudo calado – e o pior é que, por mais que eu queira, não consigo me manter calado. Sou ser humano, preciso e tenho todo o direito de me defender também, né. Fico sendo instigado justamente pra isso. 😒
 
Nessa semana me incomodei com algumas falas de um "amigo”. Se não me engano, nos encontramos apenas duas vezes nessa vida, mas não chegamos a conversar por muito tempo nesse pessoalmente. Dessas duas vezes, as conversas foram de 5 a 10 minutos, se tiver sido bem menos que isso. Dias atrás, pela internet, começamos a conversar sobre organização e assim um papo foi puxando o outro, que veio outro, até chegar em minhas coisas pessoais.
 
Meus amigos mais próximos sabem que eu sou muito nostálgico, que amo guardar coisas antigas e que isso acaba fazendo eu criar um afeto e deixar meu coração aquecido, por mais que na maioria das vezes eu até chore querendo reviver aquilo. Mesmo assim, o sentimento de nostalgia me traz um ar de que estou vivo, que estive vivo e que cada vez mais quero criar memórias para no futuro sentir o mesmo. Deu pra entender?
 
Em um dos pontos descrevi o que guardo em todas as gavetas da minha cômoda, até que disse que na quinta e última gaveta, guardo camisas que não consigo dar pra alguém, que têm valor sentimental. Ou seja, por exemplo, nessa gaveta tem uma camisa branca com a estampa do Doug que ganhei do Murilo de presente de aniversário muitos anos atrás; também tem uma camisa preta com vermelho, acho que nem é de marca, que ganhei de um amigo também virtual, o Lucas, com muito mais anos atrás, além de outras. Nisso, ele solta o seguinte:


A pergunta já me deixou meio “aí vem coisa”, quando o textão seguinte me machucou mais ainda. Sabe quando a gente recebe uma opinião sem a gente pedir? Frases descritas “não acho isso normal”, “uma terapia pra falar sobre” me deixaram com tanto sentimento misturado: chateação, constrangimento, vergonha, raiva... Difícil explicar todos os  sentimentos, né!?
 
Tentei mudar de assunto com humor – algo que nem tenho nessas horas, mas tento forçar – dizendo que assim como estranham um cara de 33 anos ainda escrever diário. Aí a conversa foi ficando mais desconfortável ainda.
 
Tentei explicar que é legal ser diferente, que o quanto seria chato se todos nós fôssemos iguais e gostássemos da mesma coisa, foi aí que ele disse que o assunto estava me incomodando e que não iria mais tocar nele, me pedindo desculpa. Viu? É aquilo que eu sempre falo: quando eu estou desconfortável, não consigo disfarçar. E ele percebeu. E eu, burro, ainda tentei me fazer de forte e que aquilo não estava me abalando: “Que nada, não me incomoda. Legal é ser diferente, isso que é interessante. Isso faz a gente ver um novo mundo”.
 
E aí que a macetada foi bem maior! 🤯
 
“Te vejo um cara tão inteligente, tão focado, mas aprisionado na própria mente!”. Isso é coisa que se fala pra alguém sem saber de nada da vida e o que ela já passou? “Fico imaginando o quanto você seria mais feliz se vivesse com mais independência...” CARAAAA!!! Li isso com lágrimas nos olhos.
 
Tentei finalizar o papo dizendo: “A gente teria que ficar mais próximo pra entender um o lado do outro sabe? Em outros contextos, os porquês.” E finalizou com a frase que mais odiei e que fez com que eu quisesse que parasse por ali: “Você foge da terapia como o diabo foge da cruz!”, e riu. MERMÃO DO CÉU!!! 😠😭
 
Trocamos de assunto, mas aquilo ficou na minha cabeça.
 
Não é a primeira vez que conversamos e que no final ficamos num papo onde opiniões são diferentes e não são respeitadas. Se torna desconfortável, às vezes, conversar com ele. Eu gosto dele, eu sei o que ele passa na vida dele também pelo que me diz. Nunca fui de julgar ele, pelo contrário, fui de tentar dar soluções, de ajudar, tendo todo o limite que posso ter com uma pessoa que também tem as suas fragilidades.
 
Apontar coisas sem saber de fato é difícil. Não posso dizer que não aponto... Sim, às vezes pode acontecer, afinal, não sou perfeito, mas reconheço que quando a carga vem pra cima da gente o peso é bem maior. Paciência. 💆🏻‍♂️
 
Com tudo que ele me falou, absorvi e tentei filtrar: “Não, não sou isso, não sou aquilo. Eu não posso ligar. O cara nem me conhece totalmente, ora”. E fico pensando também que ele falou pra me ajudar, pro meu bem, mas que não teve a forma certa de se expressar ou de procurar saber das coisas. Fiquei muito triste, claro, mas é isso, o que posso fazer? Tenho que conviver com o que as pessoas acham ou pensam, eu sei que também tenho minhas teorias sobre tudo e sobre todos, a minha imaginação vai a mil, mas na maioria das vezes me contenho e procuro ouvir, pergunto, pra tentar tirar minhas próprias conclusões.
 
Não preciso passar por isso, mas também não tem como correr. 🤷🏻‍♂️
Wanderson Rebelo

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

PAI

Essa é a primeira vez que abro, literalmente, meu diário pra mostrar aqui...

Quem já é meu leitor de muito tempo, ou que acompanhou os últimos posts, sabe que eu não tenho só aqui pra desabafar. O meu principal, e desde 2005, é o diário físico. Nele sinto mais liberdade de escrever, pois sei que o acesso não será tão fácil quanto aqui.

O que vou contar aqui – e que contei nele – foram os fatos da segunda-feira (12). Algumas coisas terei que esconder por serem escritas muito pessoais, mas garanto que 90% será registrado logo abaixo. Os fatos não estão tão detalhados e nem na ordem, pois a minha cabeça estava a mil. Penso que mesmo assim vai dar de entender. Vou tentar ser o mais fiel.

Para deixar claro na leitura, somente os trechos em itálico são os escritos do diário. O restante foi acrescentado por mim na medida que lembrava dos detalhes.
 
Paciência e vou começar agora.


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12/02/2024, SEGUNDA-FEIRA
 
Difícil começar a escrever hoje aqui, mas sei que é necessário. Acordei com Joelma batendo a porta do meu quarto. Eu já imaginava que notícia seria. A tia já estava “acudindo” a mãe que não parava de chorar. O meu pensamento era no Eduardo. Como eu iria explicar aquela situação?

Joelma, meio desorientada, vendo que eu já vi a mãe chorando, disse que o Dayson, meu irmão, pediu pra que eu ligasse pra ele. Certamente ela já sabia, mas não queria me dar de cara a notícia. Liguei pro Dayson que logo me atendeu. Na verdade, só depois soube que eu falei com o Alyson, meu irmão mais novo. Nossas vozes são todas parecidas e juro que naquele momento não consegui identificar. Na minha cabeça, a voz que falava no fundo do telefone era a mesma que falava comigo.

Acho que o Alyson que me informou tudo e eu não tive tanta reação. Ele falou: "O pai faleceu nessa madrugada!". Completou dizendo que estavam organizando as coisas e que iria me ligar de volta se precisasse de algo. Fiquei sem reação e desligamos a chamada.

Voltei pra sala pra ver a mãe, que não parava de chorar. A tia tentava confortar o máximo, mas já vimos essa mesma cena sete anos atrás quando minha avó faleceu. O choro era alto e isso maltratava o coração da gente por ali.

Por algumas vezes eu fiquei parado, imóvel, tentando entender a situação. No fundo eu sei, de fato, porque (ainda) estou sem o meu coração ficar acelerado ou ainda não ter chorado. Só fico me perguntando o porquê de estar assim.

Em instantes, a casa foi tomada de pessoas. A maioria das pessoas já estavam sabendo e começaram a organizar a casa pra receber o corpo. Foi numa rapidez tão grande que, na minha cabeça, em 5 minutos a casa já estava limpa, vazia e organizada. Isso meio que me assustou.

Aproveitei que mesmo ainda não tendo muita gente, arrumei o quarto rapidinho, limpei algumas coisas, pois sabia que não ia sair de dentro dele quando o corpo do pai chegasse. Assim como não vi, em 2017, a minha avó no caixão, não queria ver o pai. Inclusive, tentei me preparar psicologicamente pra insistência das pessoas que não entendem e nem aceitam as nossas escolhas.

Fiquei do lado do Eduardo até ele acordar. O sono dele é um pouco pesado porque diante de muito choro alto da mãe e barulho de pessoas transitando a casa, ele continuava ali sonhando.

Não sei exatamente que horas ele acordou, mas quando acordou, comecei a conversar com ele:

– Oi, Du! Dormiu bem?, falei segurando o choro e pedindo a Deus as palavras certas.

Ele confirmou com a cabeça que sim.

– Preciso contar uma coisa pra você... Você vai ver a vó chorando... O seu avô foi morar no céu, ele não vai mais morar aqui com a gente.

Ele fez uma cara fingindo um espanto e deitou rápido na cama. Ele ainda não entende.

Pedi pra que ele cuidasse da vó, obedecesse... Ele ficou só confirmando.

Pedi pra ele levantar pra tomar banho, peguei na mão dele e abri a porta do quarto. Quando ele olhou tudo vazio, ele: "Nossa, a casa está bem vazia!". E segui com ele pro quintal.

Fui com ele ver a plantação de milho, depois dei banho nele. No banho ele me contou que havia sonhando com o Pokémon. Ele se vestiu depois, preparei o leite dele na mamadeira, ele tomou, e tivemos outra conversa.

– Du, você entendeu o que falei sobre o seu avó?

Ele riu e disse que esqueceu, enquanto escondia o rosto debaixo do travesseiro da cama do Dayson.

Eduardo, o seu avô foi morar no céu, por isso que a sua avó está chorando.

Aí ele:

– Quer dizer que agora só vai morar aqui eu, a minha vó, você, o Dayson e o meu pai?

E eu disse que sim. E foi aí que ele me surpreendeu:

– Peraí, o meu avô morreu?

Confirmei com a cabeça, ele fez uma cara real de espanto e ficou olhando pros lados com uma pausa grande de silêncio, tentando assimilar o que estava sendo dito.

Nunca imaginei que fosse dar uma notícia dessas pra ele.

Eu não esperava que ele fosse ter uma reação exagerada mas também não esperei que ele fosse ficar normal. Achei que ele iria ficar triste. É... apesar de já ter 6 anos, ele ainda não entende muita coisa.

A tia (Jesus) sempre é a tia que a gente nunca teve. Ela nos ajuda em tudo e é muito apegada ao Dayson. Eu acho incrível a força que ela tem. É uma mulher de se admirar e de desejar só coisas boas na sua vida. Ela fica sempre a frente de tudo, sempre prestativa e verdadeira. Posso dizer que o nome dela é "resolução". Não há dificuldade e tempo ruim pra ela. Precisou, ela está lá, mas sempre sendo justa.

Agora, 11h04, as coisas estão normais. A mãe não está chorando. Muitas pessoas estão conversando com ela e ouvi até umas risadas. Tenho certeza, porém, que quando o corpo do pai chegar vai ter muito choro.

Ontem antes de dormir perguntei o Dayson como o pai estava e ele disse que com muita dor na perna que fez com que ele até chorasse. Disse que a enfermeira aplicou medicação e que depois de 10h iria aplicar novamente.

Eu sei que tô contando tudo fora da ordem, mas é o que a minha cabeça vai lembrando.

* * *

💙 Infelizmente não tive uma vivência com o pai. A gente não era de diálogo, de afeto ou qualquer relação afim. Por alguns anos tentamos por conta do trabalho, mas a gente não conseguiu se alinhar.

Não sei quando se deu esse ponto de partida, não saberei jamais agora. Fico pensando que talvez seja (...). Não sei se ele criou expectativa em mim e possa ser que eu até o decepcionei.

Foi muito estranho não termos uma relação de pai e filho. De não ter abraço, amor, cuidado... Isso me faz lembrar o que nunca esqueci na vida. Quando eu era criança, acho que tinha a idade do Eduardo hoje, uns 6 anos, mãe comprou uma caneca pra dar de presente pra ele de aniversário ou dia dos pais, não sei. Só sei que ele me pegou como eu pego o Eduardo hoje em dia: por debaixo dos braços, levanto e abraço. Eu lembro até hoje desse abraço e do cheiro da roupa após um dia de trabalho de vigilante na fábrica.

Certeza que herdei muita coisa legal do pai: a letra bonita, a organização, o cuidado e... posso dizer que um pouco da paciência?

Ele sempre engoliu muita coisa dentro dessa casa e arrisco que a bebida tenha sido a válvula de escape.

Quando eu era pequeno lembro que via ele fumando e até comprava cigarro pra ele com apenas uma moeda de R$ 0,05. Com o tempo, ele, por vontade própria, decidiu parar. Era assim que esperava que fosse com a bebida, que um dia ele fosse parar. Não parou!

Nos últimos meses vi o pai mais velhinho, caminhava mais lento, cabelo e barba branca, assistindo canal religioso e na maioria do tempo dormindo. Eduardo sugava a energia pouca que o pai ainda tinha, mas sei que ele gostava.

Jamais quero esquecer, por isso registro aqui, quando o Eduardo, de pé no sofá, abraçava o pescoço do pai por trás enquanto se acabavam de rir de vídeos engraçados de bois atacando pessoas na arena. Não lembro se filmei esse momento, mas acho que não.

Espero que em 6 anos o Eduardo possa entender que foi feliz com o avô dele. Vou tentar sempre manter as lembranças boas... Parei e pensei aqui em como será daqui pra frente. Sei que não somos eternos, mas se adaptar a uma nova vida não é fácil.

Quero tirar um aprendizado de tudo isso, quero ser igual o pai, com todas as suas principais qualidades. 💙

* * *

Por aqui, deixo registrado esse momento. Que possamos seguir firmes nessa vida e que o amor, compaixão e paciência caia sobre essa casa e em mim também - eu sei que preciso demais.

O dia vai ser longo... Deus, ajuda a mãe. Eu não tenho força pra nada!

11h41

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O corpo do pai já chegou por aqui. Ouvi o desespero da mãe, mas até que foi rápido. Não tenho ideia de quantas pessoas têm ali na sala e a minha ideia é ficar aqui dentro desse quarto até que isso acabe.

Acabei de perguntar pro Dayson com quem que a mãe está conversando, e ele acaba de me dizer que com a vovó, mãe do pai, graças a Deus!

Espero que sempre tenha alguém pra conversar com a mãe, certeza que sozinha ela vai começar a chorar.

A Karen tá aqui no quarto comigo, eu também não quero ficar sozinho, pois sei que o meu pensamento vai começar a voar.

O clima aqui tá estranho, não vejo a hora de tudo isso acabar.

13h45

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Karen acabou de sair daqui. Foi a primeira que veio. Depois dela a Juliana apareceu, depois a Jessica, o Jardel e a Elciane. 

Juro, eu tô normal. A ficha ainda não caiu de fato. É muito estranho o dia de hoje. Diferente do dia da minha avó, o silêncio paira mais por aqui.

(...)

Tive que ficar registrando aqui enquanto tô só. Não posso deixar os meus pensamento tomarem de conta senão vou querer chorar.

Sobre chorar, enquanto tem gente aqui conversando com ela, a mãe, ela para de chorar, mas tenho que me preparar pra amanhã às 6h quando for a hora do enterro.

Escrever isso me dá uma dó tão grande, pois as coisas vêm na cabeça e caio na real que o corpo do pai está ali na sala.

Queria muito agora o abraço do Eduardo, ao mesmo tempo que não quero que ele esteja aqui vivendo toda essa situação. É certeza que ele está se divertindo agora e é assim mesmo que sempre quero ver ele. (Eduardo estava na casa da minha cunhada desde antes do corpo chegar em casa)

Meu coração começou a doer agora, pois sei que tenho que encerrar essas linhas por ora. Que esse dia acabe logo!

18h19

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Joellcy acabou de vir aqui no quarto me avisar que o Eduardo chegou. Pedi pra ela dizer pra ele vir aqui.

Dessa vez ele chegou com um semblante mais triste e automaticamente, me abraçou. Eu senti aquele abraço gostoso e falei:

– Você tá triste? O que eu falei hoje de manhã?
– O meu avô... (começou a embargar a voz) O meu avô está no céu...

Chorei junto com ele enquanto sentia o abraço. Olhei rápido pra minha prima com sua mão ainda no trinco da porta e ela também começou a chorar vendo aquela cena. Agora essa cena fica registrada na minha memória.

Logo, ele viu um "sorvetinho" que trouxeram pra mim, comeu, esqueceu e saiu, só que antes de ir disse que não iria dormir comigo, mas com a Fran.

Com detalhes:

Do meu lado tinha um pote de biscoito, "sorvetinho", vende na padaria, que a Karen trouxe mais cedo pra eu comer. Ao ver, rápido ele esqueceu o que aconteceu. Sem pedir, pegou o pote, abriu, comeu o primeiro "sorvetinho" e depois pegou mais um. Queria sair com pressa de dentro do quarto, com medo da Fran (minha cunhada) deixar ele, já que ele estava esse tempo todo brincando na casa dela.

Você não vai dormir comigo hoje?
– Não, eu vou dormir na casa da Fran.

E saiu.

Só depois Joellcy me disse que ao entrar em casa, antes de me ver, e passar pela sala, ele ficou olhando pro avô dele no caixão meio assustado, sem entender. Ao sair do meu quarto, parou e olhou novamente. Imagino o olhar curioso dele, mas certeza que essa lembrança ele vai esquecer rapidinho. Assim espero.

19h45

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No dia seguinte, após chegar do cemitério, não tive forças pra escrever mais no diário. Eu até que queria, já estava de plano, mas preferi não.

A primeira frase que iria registrar lá era: ACABOU! O meu sentimento de luto dura muito, eu não demostro, mas não via a hora de passar todo esse tempo. Antes mesmo disso acontecer eu já queria que o tempo passasse pelo carnaval. O sentimento de tristeza estava passando pela casa, estava ruim já ficar dentro do meu quarto direto.

Um pouco mais de 23h, Vitor, Ozana e Milene apareceram. Confesso que me surpreendi, mas eles conversaram muito comigo. Conversaram de tudo, menos muito sobre o pai. Tudo bem, eu queria mesmo era me distrair ali. Por alguns momentos fiquei pensando em tanta coisa que me deu um sono. Até que eu estava gostando deles ali, mas senti que queria dormir.

Um pouco mais de 00h eles foram embora e, com a Karen deitada e pronta pra dormir na cama do Dayson, fiquei um pouco no celular enquanto conversávamos. Minutos depois, Dayson apareceu, apagou a luz, deitou com ela e dormimos.

O meu sono foi pesado, pois não ouvi mais nada e só acordei um pouquinho depois das 6h quando vi o Alyson chamando ele, Dayson.

Lavei o rosto, molhei o cabelo e me preparei pra caminhar em direção ao cemitério.

Não tinha sol. Aparentava estar frio, pois estava nublado, por isso peguei um casaco e usei. No meio do caminho, acompanhando o caixão, tirei o casaco e coloquei no ombro. O clima começou a ficar abafado e comecei a suar.

Subimos uma ladeira do cemitério, colocaram o caixão pra fora do carro, e depois no buraco. Achei que naquele momento a mãe iria se desesperar assim como foi no dia da minha avó, mas me surpreendi. Ela chorou contida, alguém estava abraçando ela. E assim aplaudiram.

Fiquei de longe vendo aquela cena, não tive coragem de ficar próximo sentindo aquele clima de tristeza. O quanto eu puder não absorver essas coisas, tento fugir.

Vi a última par de terra sendo colocada, o contorno de pedra, a cruz feita na hora e a coroa de flores sendo colocada pela minha avó, Alyson e Dayson. A vovó é forte, ela é vivida, por mais que seu olhar fosse de tristeza. A minha vontade era de abraçar ela ali, então antes dela entrar no carro, sem ela ver, peguei na mão dela e abracei. Ela me abençoou e falou algumas coisas de amor.

Voltamos pra casa a pé. Karen e eu pegamos carona ainda próximo do cemitério.

Em casa, lavei os pés, acho que tomei um banho e dormi.

Por mais que eu tenha sido um dos únicos que ficou ali tranquilo o tempo todo, no conforto do meu quarto, na minha cama, minha cabeça estava a mil, portanto um cansaço mental. Por conta disso, como já suspeitava, tive um pesadelo: Eu estava na sala de casa enquanto acontecia  um apocalipse. Várias bolas de fogo estavam caindo na terra e muita gente gritando. Como eu já sabia que iria morrer, peguei o Eduardo nos braços e disse que amava muito ele. Até que tentei desviar dessas bolas de fogo e nesses nessas tentativas, vi minha avó materna, a Bó. Eu corri pra abraçar ela e automaticamente saiu um "eu te amo" de mim. Senti o corpo magrinho dela no abraço e em seguida acordei assustado.

Hoje (14), o clima lá em casa melhorou. Meus irmãos mudaram um pouco a casa, consertaram algumas coisas, lavaram as louças (eu também fiz isso e até o Eduardo pediu pra aprender como lavar e lavou os pratos dele)... A mãe está mais ativa e aqui e acolá lembra do pai, mas dessa vez sem choro. Não tem como esquecer da noite pro dia, né?

Aqui estou eu, às 14h40, no trabalho entre as demandas e este post.

Só o tempo vai se encarregar de nos confortar dessa dor que vivemos esses dias. Deus sabe o que faz e o Dayson disse que isso realmente teria que acontecer, pois o sofrimento seria bem maior aqui na Terra. O sofrimento dele aqui com certeza seria de todos nós.

Obrigado por ter lido até aqui e obrigado a todos que foram me visitar em casa.

Obrigado, pai, Manoel Antônio José da Silva. 🖤

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

NINGUÉM É SANTO

Eu lembro tanto tudo que ouvi você falar pra mim. Pro meu espanto, o seu cheiro ainda me provoca assim. É tão estranho, não faço planos, mas volto a te encontrar, me encontrar, me afogar, sem pensar, me entregar. É tão estranho... Mas ninguém é santo. 🥺

Eu não deixo nada pra depois, não faria isso com nós dois. E toda vez que eu cedo a gente encosta a pele, o sangue ferve, fora isso eu não sinto nada. Nada! 💔❤️‍🔥

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

PREOCUPAÇÃO

Cheguei a um momento em que tudo na minha vida me espanta, me assusta... 🫨

Uma chamada perdida da mãe, uma notificação do WhatsApp do meu irmão, alguém aparecendo aqui em casa do nada perguntando por mim, alguém dizendo que quer conversar comigo... É algo que já me deixa preocupado e faz com quê eu crie mil e uma coisas na cabeça. Tento o máximo comandar minha cabeça, uma hora até brigo dentro dela, podem acreditar. Em dias que estou impaciente, com mil coisas, preocupações e tudo mais, antes de dormir, travo uma briga comigo mesmo. É louco dizer isso, mas eu mando eu mesmo calar a boca, como se isso resolvesse paralisar os pensamentos. Isso me deixa com uma raiva tão grande e um desgaste que nem sei como explicar. 😫😩

Já vi que esse mês de fevereiro vai ser uma prova na minha vida. Já disse várias vezes que sou fraco e essa fraqueza me causa um medo tão grande. Penso que a qualquer momento da vida posso cair e nem voltar mais, ainda mais sabendo que está sendo comum jovens morrerem de infarto.

Há coisas na vida que me movem, são besteiras que me apego pra poder viver, mas tem dias que se torna tão difícil e temo que essas "besteiras" acabem se tornando rotina, por isso, sempre tenho que procurar coisas novas pra inventar. Para terem ideia, fui atrás de milho pra plantar no quintal de casa com o Eduardo.

No diário ultimamente tenho escrito muito. Do nada quando vou ver, já vomitei quatro páginas brincando. Escrevendo e colando adesivos meio que serve de terapia... Me acalmo com aquilo, é quase que literalmente tirar um peso da minha cabeça. Quando coloco tudo pra fora, fecho ele e guardo, parece que realmente aquele sentimento saiu de mim; assim como agora, escrevendo isso aqui. Quando publico, desligo o computador, fecho, e por horas esqueço da situação. Comentando sobre isso com alguém que nem lembro agora, ela me disse que é como se fosse uma pessoa que somente me escutasse sem falar nada, sem os julgamentos. Realmente é! 💡

Meu trabalho tem me distraído muito. Por mais que eu reclame de inúmeras coisas, lá é onde passo a maior parte do meu tempo me distraindo. Sei que trabalho é trabalho, mas é bom me distrair com isso. Tenho tido prazer em resolver problemas, atender pessoas e até conversar sobre algumas experiências pessoais com elas. Ter esse relacionamento realmente tem sido saudável pra mim. 💆🏻‍♂️

O clima em casa continua do mesmo jeito, mas desde que meu pai ficou doente agora é de preocupação, de silêncio - que até é bem estranho pra quem mora em uma casa zoadenta. Nessas últimas semanas, tenho ficado mais tempo próximo do Eduardo ao mesmo tempo que quero que ele fique perto do avô dele. Diariamente ele solta umas pérolas que me fazem ficar impressionado do quanto ele está crescendo e sendo observador, além de me fazer rir em várias dela. Por mais que eu diga que ele tem cama, ele sempre quer dormir aqui comigo, abraçado. Eu amo de verdade sentir os braços dele no meu peito enquanto mexo nos cabelos cheirosos dele até pegar no sono. 🥰

Esses dias perguntei como estava o avô dele e ele disse que bem, que sempre leva água quando ele pede e que a "minha avó" (é tão gostoso ouvir isso vindo da voz dele) leva suco de laranja e comida também. Comemoro as atitudes dele e seguimos brincando ou fazendo qualquer outra coisa pra desviar a atenção dele das telas. Eu sinto orgulho dele, sabe, eu acho que estou educando ele bem e torço demais pra que ele me ame de tal maneira que repita sempre pras pessoas o que ele nos últimos dias tem dito pra mim: "Você é o tio mais legal!". 😉 Certeza que crio memórias afetivas e vez ou outra ele lembra de algo que eu mesmo nem lembro. Por exemplo, hoje quando estava dando banho nele, ele me lembrou: "Quando eu era criança (sendo que ele ainda é) você lembra que você me banhava na pia?" E isso me fez voltar no tempo. Na mesma hora lembrei e me deu uma nostalgia de quando ele era bebê...

Enfim, sempre me empolgo ao falar do Eduardo. Espero muito que ele seja uma pessoa do bem e que me dê muito orgulho. 👦🏻❤️

Mas voltando... Hoje pela manhã a minha cunhada me liga. Ela me falou com toda calma do mundo a situação atual do meu pai, que nem é boa, é grave. Eu nunca sei o que falar nessas horas, mas lembro que em um momento disse que eu sou fraco pra essas coisas. Ela disse que também é. Então disse pra ela comentar com o meu irmão, o Dayson, sobre. Dayson é mais paciente, muito mais forte e corajoso do que eu. Eu queria mesmo era entender um dia por que sou assim, um pouco contrário dele. Minha cunhada me encaminhou os áudios do médico explicando de forma técnica o que estava acontecendo e pediu para que internassem meu pai o mais rápido possível e que fosse acompanhado por um cardiologista de plantão.

Mais tarde, à tarde, por mensagem, conversei com o Dayson sobre o que estava acontecendo. A gente não têm conversado muito pessoalmente, mesmo estando grudados sempre nos mesmos horários, dividindo o mesmo quarto. Nas mensagens ele me explicou a urgência e disse que ia fazer o que tinha o que fazer e eu disse que o que precisasse eu estaria ali - imaginando que ele entendesse que da minha forma, longe de  hospitais ou de situações que pudessem fazer com que eu ficasse mais fraco ainda. Talvez ele não entenda essa minha fraqueza, mas se um dia ele ler isso daqui, ele vai acabar encaixando as peças de muitas coisas.

O fato é que meu pai está em Teresina agora, foi às pressas com meu irmão mais novo e agora há pouco nossa mãe veio aqui no quarto informar que ele está internado, aguardando um médico específico. Desde cedo a gente sabia de tudo, mas sabendo como nossa mãe é nervosa, preferimos não comentar pro bem mesmo dela.

Não sei quanto tempo o pai ficará de observação, se vai precisar de cirurgia ou qualquer outra coisa. Isso tem me tirado o pouco do sono... Nem sei como vou fazer esses dias... 🥺

Preciso caminhar pra cansar, mas não tenho coragem de sair à noite com essa violência e assalto constante na cidade. Vou procurar desviar o máximo que puder.

Que tudo se resolva o quanto antes.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

FÉ... VEREIRO

Fevereiro acabou de começar e senti uma dor de cabeça do estresse. 🤯 Será que esse negócio de virada de mês realmente tem alguma coisa a ver ou alguma resposta pra dar? Se esse fevereiro for depender dessa dor de cabeça de estresse que sinto agora, p*rra, queria dormir e acordar só em março.

Voltei a ter a dr*ga dos pesadelos de novo. Sempre há algum gatilho que faz com que todos possam vir. Sonhei com assassinatos, acredita? Geralmente não sonho com coisas sangrentas assim, mas dessa vez... Meus pesadelos são de vergonha, de momentos de constrangimentos, de pressão... São pesadelos que realmente me deixam mais angustiados do que de "terror".

Ontem, na virada do ano desse mês, dormi minutos depois de 22h. Decidi que ia dormir cedo e f*da-se o celular. Deixei ele de lado carregando, fiz a melhor posição pra pegar logo no sono e tentei mentalizar coisas que me fizessem bem pra eu tentar dormir logo. Confesso que algumas vezes... (que vergonha!) conto até carneirinho. Eu fico imaginando a cena e contando mesmo. Acredita que dá certo? Pelo menos eu nunca lembro o número do último que pulou a cerca - rs. Então dá mesmo certo, né!? Uma pena que isso não me livra de pesadelos. Lembrei! Preciso voltar a orar antes de dormir. Por que eu esqueci disso? 😬

Dessa vez, olha o nível do pesadelo besta que tive, mas que, pra mim, é pior do que sonhar algo de sangue, terror e coisas horríveis da vida. Simplesmente no sonho eu comi um hambúrguer de alguém antes da pessoa chegar. O sentimento de fazer a coisa errada, de pegar algo sem permissão, de não ter como voltar atrás... isso me agonia de tal forma que... eu fico me sentindo culpado, podre, sem noção. Coisa que na vida real eu pago pra não fazer. Sim, eu sei, não sou santo, mas o quanto eu puder evitar isso na minha vida, vou evitar!

Nos últimos meses, não sei se já falei aqui ou se foi no Instagram, no diário... em algum lugar eu falei! Eu nunca me senti tão só na minha vida como ultimamente. Lógico, estou com alguém quase que direto, diariamente, mas meio que não tenho toda aquela responsabilidade, sabe, tenho que ter limite. Estou curtindo, mas ao mesmo tempo não queria curtir, queria um basta, ao mesmo tempo também que me faz tão bem, que me diverte, me tira da minha bolha diária de estresse. Meu Deus!!! Eu não posso mandar em ninguém e não quero que ninguém mande em mim!!! Eu tenho saudade mesmo é de um amigo que me tire de tudo, que eu possa falar tudo, conversar coisas sérias e besteiras também. Preciso sumir! 😭

Por dois dias, tomei chá antes de dormir. Me indicaram a tomar chá. Essa minha amiga até me levou umas ervas (sem brincadeira, viu) e eu preparei da forma caseira que minha avó sempre fazia. O primeiro foi com açúcar, mas depois pesquisei que o açúcar tira algumas propriedades que o chá tem. Na segunda vez, provei sem açúcar e até que tomei tranquilo. Achei que não ia gostar tanto, mas não achei ruim, não. Fiz esse registro, inclusive, lembrando de uma foto conceito que vi pela internet uma vez:


A intenção da foto nem era biscoitar, mas pareceu mesmo - rs.

Olhando essa foto, deixa logo eu comentar: sim, engordei. As pessoas meio que não percebem isso porque estou usando camisa G ou GG pra me sentir mais livre, folgado, ainda mais nesse calor. A minha barriga não está tão enorme, mas eu estou mais cheinho, sim. Os meus "culotes" já estão mostrando dos lados, minha barriga bem saliente, mas até que eu acho bonitinha... Tô curtindo, mas não sei até quando. 🫃🏻💙 Esse é o ônus e o bônus de quem se casa. 

Mas é isso, vamos enfrentar esse mês de FEVEREIRO com FÉ. Deus está comigo, assim como Ele está contigo. Espero voltar aqui o mais breve possível ou pelo menos uma vez por mês, porque, né, gosto daqui.

Até depois! 😙

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

AGORA 2O24

A cada ano que passa fico bem mais distante daqui do blog. Em 2O23 fiz somente 4 posts. Minha gente!!! 😯 Tudo bem, eu não tenho só aqui pra desabafar. Depois que criei uma conta no Instagram, que até contei aqui, vez ou outra apareço por lá com os meus textos de desabafo por ser bem mais prático, já que é tudo pelo celular. O meu diário físico tem servido mais para desenhos, colagens e tudo mais. Isso me faz bem, mas ele não deixa de cumprir com a função que ele tem: meus desabafos. Vez ou outra também vou lá escrever alguma coisinha que tem me incomodado ou até mesmo um momento raro feliz. ~ Talvez seja por isso que estou aqui. ~ Ainda não chegou o meu diário de 2O24! Comprei há poucos dias e isso tem deixado com uma ansiedade tão grande, uma dependência. Ter diário, por mais que eu não escreva diariamente, já faz parte de mim, é como se fosse uma parte da minha cabeça, sabe. Mesmo que não, literalmente, escreva, ele está ali pra me fazer gastar as dezenas de canetas guardadas em meu estojo.

Aliás, o ano começou há poucos dias e... Feliz 2O24! 🎆 Que esse ano faça jus ao "número", né!? 😁 Você conseguiram entender o trocadilho? Se não, melhor deixar pra lá. 😶

Então... me deu a louca de vir aqui. Não tenho estado muito bem, mas é sempre assim no final pro início do ano. Vai chegar o dia que vou estar tão bem que não vou deixar sequer uma coisa me deixar triste ou chateado. Não sei se ainda esse ano, pois o futuro a Deus pertence, mas espero que seja o mais breve possível. Isso vai passar. 🫥

Como em todos os anos, não fiz planos e não tracei metas, porém tive uma ideia com os meninos enquanto estava lá em Tianguá - CE. SIM, graças a Deus, mais uma vez, passei o final de ano na paz e tranquilidade com eles.

No primeiro dia do ano, entreguei uma folha pra cada um deles e pedi para citarem dez coisas em forma de agradecimento - pelo menos foi assim que fiz e sugeri. Ou seja, seria como se a gente já tivesse tido algo no futuro. Deu pra entender? Enfim, eu coloquei em tópicos dez coisas começando por "obrigado por..." e fui seguindo. Talvez no final eu perdi um pouco a linha, mas, né, vai saber o que se passa na minha cabeça. O fato é que iremos abrir e ler isso no dia 01 de janeiro de 2025. ⏳ ~ Meu Deus, eu chega suspirei quando digitei isso. ~ Assim como eu gosto muito do futuro, ele me dá um certo medo. Enfim, dobramos as "cartas", colamos com adesivos de memes para não correr risco de violação... Quer saber, vou tirar uma foto aqui disso pra ilustrar esse post. Toma:

Adesivos:
Criança (Dalton), Cachorro (Pedro) e Gato (eu).

Procuro não ficar tentando lembrar o que escrevi. Faço questão de esquecer pra daqui um ano me surpreender. E assim que me diário novo chegar, vou colar nele de uma forma que seja aberto, mas sem descolar, afinal, quero que continuem presos ao diário.

No mais, meu final de ano foi simples, entre amigos... Mas foi tão bom passar 9 dias acordando tarde, comendo o que é bom, sentido frio, sentindo o mato, desenhando, pintando, indo ao shopping, ao cinema, conhecendo pessoas novas... Vivendo, né, mermão! É isso que preciso mesmo.

Mais uma vez, e sem brincadeira, desejo que 2O24 seja O ANO para todos. Que possamos permanecer com saúde e com dinheiro no bolso.

Obrigado por estar até aqui. Comenta, pois gosto de ler. 🤓

Fui! 👋🏻