quinta-feira, 20 de agosto de 2015

FÉRIAS: CN → THE → GYN → UDI #5

(...)

Ao subir a escada da porta da aeronave, pensei muitas coisas. Pensei, inclusive, em mais uma coisa que riscarei na minha lista de desejos que fiz assim que comecei a escrever aqui. Preciso voltar depois nesses arquivos para saber quais os "sonhos" que já foram realizados.

Em cima, a aeromoça (ou é comissaria de bordo?) olhou para mim e mesmo estando tudo escuro da noite, me desejou um "bom dia!" bem fingido, o que numa fração de segundos cai na real de que já havia se passado das 4h e o dia logo mais iria clarear.

Fui procurando o meu assento. Nele, ainda na poltrona do meio, apenas uma menina, jovem, tímida, morena, usando roupa de frio e com sua feição bem simpática. O que eu mais queria ali era conversar com alguém. Poder demostrar o meu medo e felicidade de estar dentro de um avião.

Ela me deu espaço para passar, já que meu assento era o da janela e, passeando com meus olhos, observei tudo que estava a cerca de mim. Inclusive, achei que estava encarando demais a aeromoça que me deu bom dia - rs.

Tudo normal, até a hora da aeronave sair do lugar. Tipo, respirei fundo e VAMOS LÁ!

Ahh, já ia esquecendo de um detalhe meio que engraçado que me aconteceu nessa hora. Após a aeromoça ter dado as informações do voo, a menina que estava do meu lado tentava apertar o cinto. Ela tentava, tentava e tentava e nada de conseguir. Acho que a bichinha estava tão "atarentada" que tinha vergonha de perguntar. Nessa hora, tentei ser um cavalheiro e falei:

- Posso colocar!?

Ela me olhou meio tímida e confirmou com a cabeça que sim.

Mostrei discretamente como se fazia e ela agradeceu. Em seguida, alguém que parecia ser avó dela, sussurrou alguma coisa em seu ouvido e deu alguns chicletes pra ela, que não guardava nos bolsos da camisa e que mexia e apertava enquanto as pessoas entravam ali, como se fosse algo que pudesse aliviar a sua tensão.

Sem querer deixar pra lá e ainda com aquela vontade enorme de conversar com alguém, puxei assunto:

- É tua primeira viagem de avião? - perguntei baixinho para que ninguém pudesse escutar, nem ela se sentir constrangida.

- Sim! - me respondeu seco e no mesmo tom que eu.

- A minha também! - retruquei na mesma hora, concluindo a frase com um sorriso amarelo, tentando deixar ela super a vontade.

Imaginei toda aquela cena de filme, de dizer pra ela que quando estiver com medo, apertasse a minha mão ou algo do tipo, mas logo apaguei esse pensamento quando lembrei que eu não tenho essa audácia toda. E mesmo assim, a mão do Mr. Job estava ali para o que der e vier, mesmo sendo de madeira.

Tentando continuar o papo, fiz uma pergunta um tanto quanto besta:

- Tu é daqui de Teresina mesmo?

- Não! - deu uma pausa para olhar pros lados, talvez com medo que sua avó visse que ela estava sendo cantada por mim - rs. - Eu sou de Brasília e estou indo pra lá, e você?

Observando o seu sotaque nessa frase um pouco mais longa no nosso pequeno diálogo, não tinha como duvidar de que ela realmente era de Brasilia.

- Sou de uma cidade pequena do Maranhão, mas também me considero daqui. Estou indo pra Goiânia, de férias do trabalho...

Fim de papo. Paramos de conversar quando, enfim, a aeronave começou a sair do lugar e seguimos toda a viagem calados.

Foi aí que respirei fundo e, mais uma vez, VAMOS LÁ!

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