terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

FRAGILIDADE > RESPEITO

Nem queria ter que vir aqui registrar isso, afinal, tudo ficará exposto, mas me senti com tanta vontade... Certas coisas preciso descarregar pra não surtar, como já sabem. 🥸
 
Então... Às vezes fico me perguntando o porquê de não ter muitos amigos, de achar que o problema está comigo, mas, às vezes, também, agradeço por estar só.
 
Quem é dos meus sabe o quanto tento ajudar, conversar e mostrar, talvez, algumas qualidades que tenho. Por mais que em alguns momentos me reconheça como uma pessoa ruim, a minha "ruindade" seja a forma de me precaver.
 
É muuuuito difícil ser diferente, ser a gente mesmo e até não ser nada ~ como é assim que me acho às vezes. Tenho fugido de tudo que me faz mal, mas tem horas que não tem mais como. Eu queria apenas ignorar, sair de perto, não responder, mas há situações que sou obrigado a ficar ali e aguentar tudo calado – e o pior é que, por mais que eu queira, não consigo me manter calado. Sou ser humano, preciso e tenho todo o direito de me defender também, né. Fico sendo instigado justamente pra isso. 😒
 
Nessa semana me incomodei com algumas falas de um "amigo”. Se não me engano, nos encontramos apenas duas vezes nessa vida, mas não chegamos a conversar por muito tempo nesse pessoalmente. Dessas duas vezes, as conversas foram de 5 a 10 minutos, se tiver sido bem menos que isso. Dias atrás, pela internet, começamos a conversar sobre organização e assim um papo foi puxando o outro, que veio outro, até chegar em minhas coisas pessoais.
 
Meus amigos mais próximos sabem que eu sou muito nostálgico, que amo guardar coisas antigas e que isso acaba fazendo eu criar um afeto e deixar meu coração aquecido, por mais que na maioria das vezes eu até chore querendo reviver aquilo. Mesmo assim, o sentimento de nostalgia me traz um ar de que estou vivo, que estive vivo e que cada vez mais quero criar memórias para no futuro sentir o mesmo. Deu pra entender?
 
Em um dos pontos descrevi o que guardo em todas as gavetas da minha cômoda, até que disse que na quinta e última gaveta, guardo camisas que não consigo dar pra alguém, que têm valor sentimental. Ou seja, por exemplo, nessa gaveta tem uma camisa branca com a estampa do Doug que ganhei do Murilo de presente de aniversário muitos anos atrás; também tem uma camisa preta com vermelho, acho que nem é de marca, que ganhei de um amigo também virtual, o Lucas, com muito mais anos atrás, além de outras. Nisso, ele solta o seguinte:


A pergunta já me deixou meio “aí vem coisa”, quando o textão seguinte me machucou mais ainda. Sabe quando a gente recebe uma opinião sem a gente pedir? Frases descritas “não acho isso normal”, “uma terapia pra falar sobre” me deixaram com tanto sentimento misturado: chateação, constrangimento, vergonha, raiva... Difícil explicar todos os  sentimentos, né!?
 
Tentei mudar de assunto com humor – algo que nem tenho nessas horas, mas tento forçar – dizendo que assim como estranham um cara de 33 anos ainda escrever diário. Aí a conversa foi ficando mais desconfortável ainda.
 
Tentei explicar que é legal ser diferente, que o quanto seria chato se todos nós fôssemos iguais e gostássemos da mesma coisa, foi aí que ele disse que o assunto estava me incomodando e que não iria mais tocar nele, me pedindo desculpa. Viu? É aquilo que eu sempre falo: quando eu estou desconfortável, não consigo disfarçar. E ele percebeu. E eu, burro, ainda tentei me fazer de forte e que aquilo não estava me abalando: “Que nada, não me incomoda. Legal é ser diferente, isso que é interessante. Isso faz a gente ver um novo mundo”.
 
E aí que a macetada foi bem maior! 🤯
 
“Te vejo um cara tão inteligente, tão focado, mas aprisionado na própria mente!”. Isso é coisa que se fala pra alguém sem saber de nada da vida e o que ela já passou? “Fico imaginando o quanto você seria mais feliz se vivesse com mais independência...” CARAAAA!!! Li isso com lágrimas nos olhos.
 
Tentei finalizar o papo dizendo: “A gente teria que ficar mais próximo pra entender um o lado do outro sabe? Em outros contextos, os porquês.” E finalizou com a frase que mais odiei e que fez com que eu quisesse que parasse por ali: “Você foge da terapia como o diabo foge da cruz!”, e riu. MERMÃO DO CÉU!!! 😠😭
 
Trocamos de assunto, mas aquilo ficou na minha cabeça.
 
Não é a primeira vez que conversamos e que no final ficamos num papo onde opiniões são diferentes e não são respeitadas. Se torna desconfortável, às vezes, conversar com ele. Eu gosto dele, eu sei o que ele passa na vida dele também pelo que me diz. Nunca fui de julgar ele, pelo contrário, fui de tentar dar soluções, de ajudar, tendo todo o limite que posso ter com uma pessoa que também tem as suas fragilidades.
 
Apontar coisas sem saber de fato é difícil. Não posso dizer que não aponto... Sim, às vezes pode acontecer, afinal, não sou perfeito, mas reconheço que quando a carga vem pra cima da gente o peso é bem maior. Paciência. 💆🏻‍♂️
 
Com tudo que ele me falou, absorvi e tentei filtrar: “Não, não sou isso, não sou aquilo. Eu não posso ligar. O cara nem me conhece totalmente, ora”. E fico pensando também que ele falou pra me ajudar, pro meu bem, mas que não teve a forma certa de se expressar ou de procurar saber das coisas. Fiquei muito triste, claro, mas é isso, o que posso fazer? Tenho que conviver com o que as pessoas acham ou pensam, eu sei que também tenho minhas teorias sobre tudo e sobre todos, a minha imaginação vai a mil, mas na maioria das vezes me contenho e procuro ouvir, pergunto, pra tentar tirar minhas próprias conclusões.
 
Não preciso passar por isso, mas também não tem como correr. 🤷🏻‍♂️
Wanderson Rebelo

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