Não sei se cheguei a comentar aqui que tenho uma gata, mas acho que não...
Então, no dia 11 de julho, chegou no meu trabalho a Kitty (chamado como no inglês mesmo: "Kirie"). Ela veio na intenção de espantar um rato que comia de tudo, inclusive plásticos. Ela chegou tão pequenininha, totalmente preta e feinha, confesso. Augusto, esposo da Jayanne e amigo da Jessica, foi quem trouxe ela, do nada, dentro de uma caixa de sapato e com ração em uma vasilha simples de margarina. Kitty, que ainda nem tinha nome, estava totalmente assustada. Ela se escondia em todo lugar e miava como se não houvesse amanhã, ficava totalmente desconfiada de tudo e de todos. E foi nessa que acho que ela me escolheu. 💖
Com o passar dos dias, fomos alimentando ela, dando carinho e um amor que nunca imaginei que fosse dar pra um animal. Ela conseguia me escalar com as garras pequenas, finas e afiadas. Em poucos minutos ela já estava no meu ombro como se fosse um papagaio de pirata - rs.
Por sempre nos seguir, acho que demonstrando estar segura do nosso lado, sobretudo do meu lado, decidimos que o nome dela seria Sombra, fugindo totalmente de "Salém", que geralmente é o nome clichê dado a gatos pretos. Mas Sombra soava tão estranho, tão obscuro, tão obsessor... Aí tive a ideia de chamar ela de Shadow (que é sombra em inglês)... Deixava o nome mais feminino, mas, mesmo sentindo que o nome combinava com a personalidade dela - que ainda nem tinha, mas eu já julgava como debochada e bem-humorada - achava que não combinava tanto. E foi aí que, na brincadeira, comecei a chamar ela de Kitty, Kiki e Ki. HAHAHA Juro que chamava porque os americanos usam o "kitty" como se fosse o "chane" aqui no Brasil - rs. Eu chamava assim com molecagem mesmo, mas nunca imaginei que fosse pegar. E pegou. 😁
Como ela veio pro nosso trabalho, comecei a impor regras pra ela: não podiam dar comida que não fosse ração, por exemplo. Uma coisa que me deixa totalmente desconfortável é eu estar comendo e um animal espiando, miando ou latindo pedindo. Pode ser que seja chatice minha, mas como ela se tornou a minha gata, quis que isso não acontecesse. E aconteceu. Lógico que o barulho de uma embalagem ou o chiado de uma sacola chama a atenção dela, mas não deixo chegar ao ponto de ela ficar do meu lado enquanto faço alguma refeição.
Nas minhas viagens acima de dois dias, Abimael tem me ajudado. No feriado do aniversário da cidade, ele veio todos os dias ver ela, deixar água e comida. Além de deixar pra ela, ele ainda deixava pra outros gatos que aparecem por aqui ~ mas não acho isso certo, não, hein. 🤔
Com o tempo percebi que a Kitty já estava apegada a mim. Quando eu abria o portão do trabalho, ela já vinha correndo. Quando eu chamava pelo seu nome, ela meio que me respondia apenas com um miado. É incrível isso! 🥰 Ou é normal e eu não sei.
Nos finais de semana que não estou trabalhando, deixo bastante água e ração pra ela. Ainda assim, fico monitorando pelas câmeras como ela está ou se alguém acabou de comer tudo — falo "alguém" porque têm uns gatos que vêm aqui de vez em quando comer da comida dela. Já aconteceu algumas vezes de eu vir no sol quente de casa pra poder arrumar as coisas dela. Inclusive, da última vez que vim aqui, num sábado, o Eduardo veio comigo. Ele conheceu ela aqui, foi muito carinhoso com ela e acho que ela também gostou dele.
Como esses gatos sempre apareciam por aqui na nossa ausência atrás de comida, fiquei imaginando que eles pudessem querer outro tipo de comida, se é que vocês me entendem... HAHAHAHA. Foi aí que pensei que ela teria que ser castrada, pois eu não ia dar conta de vários filhotes dela. Se no final de semana eu fico preocupado apenas com ela a ponto de vir aqui no trabalho podendo estar no meu descanso, imagine com cinco ou seis gatos por aqui... Eu ficaria louco!!! Então fiquei pensando que poderia juntar dinheiro pra castrar ela. Só que isso ia demorar muuuuuuito, porque eu tenho prioridades na minha vida também. #pobre
Um dia, no Instagram, Wanderson Rebelo me deu uma ideia simples, mas que fez meu LED acender: "Faz uma rifa!" 💡 Por que eu não tinha pensado nisso antes? Foi a partir daí que comecei a me organizar. Bolei na minha cabeça como seriam os posts, qual pegada seria levada, quando seria o sorteio da rifa, quanto teria que ser o prêmio... E tudo foi dando certo na minha cabeça até que tive que colocar pra fora. Montei tudo e, em poucos dias, vendi quase 500 pontos a R$ 2,50. No final, consegui pagar o prêmio do ganhador, que era um PIX de R$ 100, e, como o que sobrou passou muito do valor da castração, comprei uma coleira, um saco de ração, 40 sachês e um pote de plástico pra que a ração não corra o risco de estragar dentro do saco. A previsão de chegada de tudo isso é pra daqui a duas semanas.
Ontem, enfim, após várias semanas agendando, foi feita a castração da bichinha. 🙌🏻
Além do valor da castração, tive que comprar remédios, pomada, soro, algodão, dipirona... e o bendito cone que evita que ela possa lamber o ferimento. Tudo do dinheiro da rifa dela! Imaginei que ela fosse me dar trabalho com esse cone, mas até que está sendo de boa. Óbvio que vejo na cara dela que ela não gosta de estar usando aquilo, mas é necessário.
Ontem ela estava totalmente grogue, com a pupila dilatada... Eu juro que chorei quando trouxe ela de volta, eu me emocionei, senti pena. Ela tava molinha, molinha... Dá uma peninha demais. Hoje percebi que ela está mais de boa. Ah, um detalhe: tive que me mudar pro trabalho. Não ia conseguir deixar ela sozinha aqui, o pior poderia acontecer.
Ontem, no primeiro dia, à noite, já passei uns perrengues com ela. Pedi ajuda do Abimael, mas ele meio que não soube me ajudar como eu queria. Tentamos limpar a feridinha dela com soro e algodão, quase não deu. Temos que dar três gotas de dipirona pra ela, mas ela ficou babando muito a ponto de espumar pela boca, o que me deixou aflito demais por dentro. Inclusive, informei isso pro veterinário e ele disse que é normal. Eu já ia suspender mesmo que ele dissesse pra continuar dando, mas como ele disse que já passou de 24h, então poderia suspender.
Na hora de dormir, achei que fosse ficar a madrugada toda acordado, mas não. Acho que ela me acordou apenas umas três ou quatro vezes com o barulho do cone roçando na parede. Ela ficou a maior parte do tempo como agora: deitada do meu lado e quietinha, sem se mexer. Vez ou outra eu ia lá, mesmo na meia-luz, ver se ela respirava. Quando não conseguia ver por conta do escuro, fazia um carinho nela até ela se mexer.
Hoje ela me acordou antes das 7h. Fiquei brincando com ela, levei ela pra passear aqui por fora da casa, dei comida pra ela e assim ela seguiu. Ainda pela manhã, Jessica me ajudou a fazer a limpeza e colocar a pomada, e ela ficou comportada. Ela deu uns miados, mas nada comparado aos miados que ela dava ontem quando eu tentava abrir as pernas dela pra ver os pontos. Nunca tinha visto ela tão feroz.
Estou no segundo dia dos quinze morando no trabalho. É bom o silêncio e o vento daqui à noite. Eu adoro casas que são no alto, são mais frias, mais tranquilas... Adoro o barulho das folhas secas no chão sendo arrastadas pelo vento, ao mesmo tempo que me assusta. Mas são escolhas, né. Torço pra que ela fique bem logo. 🐈⬛

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