sábado, 27 de outubro de 2012

FRANCISCO ANDERSON

A promessa que falei no penúltimo post acabou e voltei ao meu nome normal no facebook.

Após aquele dia, nunca mais fui chamado por "Funnie", tampouco pelo meu próprio nome. Em nenhum momento senti nenhuma vergonha em ser chamado de "Francisco" e nem "Francisco Anderson", achei até que soou bem; na minha opinião, a combinação ficou legal.


Foram inúmeras vezes em que a janelinha do bate-papo do facebook subiu com a exclamação "Francisco!" ou "Chico!". O Francisco até que não encarava como um deboche, mas o "Chico", sentia certo preconceito, como se fossem me atingir com essa palavra, fazendo uma piadinha, sabe? Ainda mais quando esta estava seguida de risos. De fato, é um nome meio engraçado, pobre e que lembra um pouco o nordeste, a seca, aquele cenário todo do filme O auto da Compadecida, com o personagem famoso Chicó, interpretado pelo ator Selton Mello. Quem não lembra da frase: "Não sei, só sei que foi assim!" - rs.

Escrevendo isso, lembrei de quando estudava e chamava um professor de "Chicó", mesmo na frente dele. Uma vez ele até me chamou atenção por isso alegando não gostar e parei. Ele me fez passar vergonha na frente de todos, o que foi mais um motivo pra eu parar definitivamente na questão de apelidos. No tempo, eu não via problema em dar esse "apelido carinhoso" pra ele, até porque gostava, sim, das aulas e matérias dele, mas agora entendo o lado dele, pois senti na pele. Certamente, na cabeça dele, aquilo era debochando da cara dele, fazendo piadinha com o nome, mas, não, na minha concepção, não era aquilo.

Uma amiga - que também participou da promessa - me contou essa semana que uma amiga dela comentou o seguinte no facebook: "Que 'B*STA' é essa? Francisca?". Quando ela me falou desse comentário, fiquei p*to, mas não disse nada, guardei isso mesmo só para mim e estou registrando o preconceito aqui. E olha que eu achava que o preconceito era só quanto a raça, religião, sexo e mais alguns. Nunca tinha visto isso. Posso até estar exagerando, mas usar um termo baixo pra diminuir outro, para mim já é.

Pela rua, também fui chamado de "Francisco" e achei engraçado como repercutiu. Nunca imaginei que iria dar nisso. Conversei com o resto dos "Franciscos(as)" das promessas durante a semana e eles me contaram a mesma coisa, que estavam, também, sendo chamados assim.

Mesmo assim, fora isso, gostei da experiência. :-)

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