Primeiramente, antes de fazer este post, andei pesquisando sobre epilepsia. Li alguns sites, mas não consegui entender muito bem, algumas palavras me confundiam e não deixaram eu chegar a conclusão do que eu vi. Lembro que em 2008, quando fomos pesquisar sobre Machado de Assis para a nossa última FECEMAR (Feira do Conhecimento da Escola Maria Regueira), lemos que ele tinha essa doença (se posso chamar assim). Uns amigos até imitavam esse ataque, e eu não conseguia ver realmente esse lado desesperador, só ria.
Lembrei também de um dia, em meu trabalho, na minha folga, precisamente, um amigo atacou. Eu tinha chegado segundos depois desse acontecimento, cheguei até a ver os médicos entrando com a maca, mas nem liguei e não quis ser chato e inconveniente perguntando o que tinha acontecido. Na volta ao trabalho, após a recuperação, já que era meu amigo, perguntei a ele e quebrei várias versões que eu tinha escutado por lá a respeito, embora algumas até tenham me convencido.
Já hoje, pela manhã, presenciei um fato com epilepsia. O que eu nunca queria ver, vi.
Por volta de 8h, 9h, estava no trabalho, no escritório, de costas para o salão de atendimento, quando de repente a minha amiga que trabalha no caixa me interfona e diz pra eu chamar a SAMU urgente, pois um homem tinha acabado de cair. Com o pensamento rápido, achei que ela estivesse falando de alguém que tinha caído na rua, mas me desesperei quando ouvi a voz dela mais séria, grossa e aperreada. Não pensei duas vezes, desliguei a chamada na cara dela e puxei a linha (uso o número 0 para isso) e nada dessa linha dar certo. Peguei rápido o meu celular e liguei. A moça atendeu. Explicando o que estava acontecendo, olhei de dentro do escritório pelo vidro e vi o homem no chão, se batendo de uma forma que nem sei explicar. Seus olhos estavam virando, parecia que iria morrer. Deixei de olhar, mas depois me disseram que ele também estava babando e que ele estava batendo muito a cabeça no chão.
Fiquei trêmulo, inquieto, não queria ver mais nada e torcia para que a ambulância chegasse logo. Cinco minutos depois, ela chegou. O homem estava meio transtornado, meio lesado, inconsciente. O rapaz que trabalha no almoxarifado o levantou e o colocou debaixo do ventilador que fica na coluna. Nisso, a mulher - namorada, amante, amiga, não se sabe - o abraçou e ficou fazendo carinho na cabeça dele. Achei até essa cena sincera, de alivio. Sendo assim, após a ambulância ter estacionado ao lado da padaria, mediram a pressão e o deitaram na maca para levá-lo ao hospital. Tudo foi discreto e não teve muito curiosos pra ficar em cima.
Por fim, não quero mais nunca ver isso acontecendo. É como ver uma pessoa na beira da morte, no meu ver.
Ja vi muitas cenas dessa, um cara que fazia aula de violão comigo, tinha uns ataques, mas não chegava a esse ponto. É desesperador.
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