domingo, 23 de agosto de 2015

FÉRIAS: CN → THE → GYN → UDI #9

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Eu sabia que depois que eu chegasse aqui em Teresina seria muito mais difícil e demorado pra eu publicar. Em Gyn, os pássaros me inspiravam, mantidos pelo silêncio. Agora aqui, além de muito calor, tudo ao contrário... Mas, vamos lá, tentaremos agora.

* * *

Depois que almoçamos, ficamos por ali ainda, conversando.

Já estava dando quase 14h e Augusto tinha que voltar ao trabalho. Eu achava que ele iria me deixar na casa dele pra descansar, dormir, mas... Quem disse? Ele me levou até seu trabalho, até porque o que ele mais queria que eu conhecesse era a rotina dele.

Demorou muito pra chegar no prédio onde ele trabalha, mas eu não percebi, porque as ruas e as pessoas que estavam nelas, me fascinavam. Era tudo diferente, e eu não conseguia prestar atenção no tempo.

Ele foi estacionar o carro e segui ele até o prédio, que até então eu só havia visto por foto. Um prédio lindo, com vidros bem diferentes e com muita correria. Logo assim que entramos, percebi isso. As pessoas andavam correndo, aquela agonia, aqueles cumprimentos rápidos para não perder o horário de bater o ponto. Eram três elevadores ali, um ao lado do outro, mas somente um funcionava. Era uma espera tensa, cheia de conversas misturadas. Eu me distanciava de tudo e das pessoas que estavam ali de terno, de roupas bem fechadas e diferentes. Por vezes, ia em direção à janela fechada, observando tudo dali, do sexto andar - era mesmo o sexto, Augusto?. A minha esperança falha era de sentir ar puro ali.

Augusto pediu para que eu o esperasse um pouco, pois logo em seguida iria sair para resolver umas coisas fora. Esperei, mas torcendo para que tudo passasse logo, porque não me senti bem no trabalho dele. Um desconhecido ali, feio, magro, sujo, barbudo e nordestino, onde todos me olhavam de uma forma estranha, quando na verdade tudo isso era ilusão da minha cabeça.

Sentei no sofá da recepção por alguns segundos, quando ele me chamou para um corredor, me mostrando sua sala e o que fazia. Enquanto ele me mostrava o banheiro - que não usei -, fiquei de longe ainda olhando por outra janela que apareceu ali, me sentindo preso em uma gaiola de estranhos.

Acho que passei uns 30 minutos ali dentro, mas parecia já que estava de noite. Eu queria sair, gritar, mas tinha que esperar. Eu ainda me sentia sujo, precisava de um bom banho e de uma boa cama.

Enfim, lá se vem Augusto me sinalizando que iriamos sair. Amém!

Descemos o único elevador que funcionava, quase lotado, e seguimos ao carro de outra pessoa - que fazia parte do trabalho dele.

Eu achando que, enfim, iria para a casa dele descansar... Quem disse? Meu senhor!!! - pensei. Ele tinha que resolver um pagamento e o único lugar que seria perto e viável para ele seria o Santander da faculdade dele. OMG!!!

Um pouco agoniado, me sentindo como se fosse um celular descarregando, disse a ele que não iria com ele e que ficaria ali mesmo, dentro do carro, descansando um pouco.

Dentro do carro, usei a jaqueta de frio como travesseiro, coloquei do meu lado direito, encostei a cabeça e, sem nem perceber, cai no sono. O clima já estava começando a esquentar, eu não conseguia mais escutar ninguém ali e só acordei quando ouvi o Augusto abrindo a porta do carro. Inclusive, tomei um susto e ele riu de mim.

Ele até que queria voltar ao trabalho, fazer eu esperar mais mil anos, mas eu não aguentava mais. Dali, disse para que me levasse pra casa dele, que eu estava mal, muito mal e precisava de um banho e uma cama, pelo menos por alguns minutos. Com pena de mim, sem nem dizer nada, me levou as pressas.

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