segunda-feira, 17 de outubro de 2011

INTERIOR SANTARÉM

Combinei com  meu "amigo gordo", uma semana depois do curso de GV de viajarmos novamente, pois foi muito divertido a nossa ida à Teresina, apesar de não sairmos o quanto queríamos.

Disse pra ele que no lugar de irmos novamente à "cidade grande", que fôssemos à algum interior. E então, empolgados, combinamos onde.

Como há um padeiro no meu trabalho, cujo seus pais moram em um interior, demos essa ideia a ele. Pra falar a verdade, eu que estava mais empolgado, mas iludido, já que o padeiro, Kennedy o nome dele, disse que iriamos caçar, pescar... enfim, eu imagina que iria estar em um dia de safári, embora nunca tivesse feito um.

Passamos duas semanas combinando até que, bem no final da semana passada, meu amigo acabou desistindo. Me deu uma desculpa banal e eu nem insisti. Disse a ele que seria chato eu ir só, mas que eu iria passar por cima da minha dependência. Ele duvidou. Falou por diversas vezes que eu não iria e tal, mas como estava mesmo na vontade, continuei a ter certeza e a dizer que iria, sim.

Como o interior é a três horas da cidade, portanto, na madrugada do domingo (16), tinha que acordar às 4h. E acordei. Tomei banho, me vesti, preparei a minha mochila e fiquei na sala, deitado no sofá, embrulhado, esperando o Kennedy buzinar na rua me chamando. Esperei por mais ou menos uma hora até que, quando já estava quase dormindo, ouvi desesperadamente o barulho insuportável da buzina. O pior de tudo é que ele estava buzinado em frente a casa do vizinho achando que era a minha.

Subi na carroceria da caminhonete e seguimos viagem. Cansativa até então. Por um momento, achei que fosse chover - e torcia pra isso, pois a aventura começaria boa -, mas o dia clareou rápido e o frio começou a parar.

A viagem foi muito cansativa, mesmo eu estando sentado, mas estava sendo bom respirar e sentir aquele cheiro de mata. Cheiro de madeira de coco babaçu sendo queimada, cheiro agradável de lama, de café quando passávamos pelas casas, de azeite de coco, de cocô de bode - rs.

Depois de mais de três horas de viagem, chegamos:


Tudo era simples, mas muito grande, tudo bem organizado, limpo e um pouco moderno, comparado a outras casas que por lá tinham.


Fiquei acanhado, senti falta de alguém da minha idade, da molecagem, mas tentei me entrosar com as crianças. Só havia um menino lá, filho do Kennedy, e na raridade, conversávamos. Perguntei pra ele onde ficava o riacho, eu sentia muita necessidade de "ficar de molho", e ele pediu para que eu o seguisse e me mostrou: um riacho que tinha mais lama, mais mata e bastante vitória-régia. Conclusão: eu não podia me jogar nele.


Fiquei a manhã toda na minha, as horas não passavam como eu queria que passassem. Eu estava entediado, mas satisfeito por estar no meio da mata, em algum lugar do mundo. Me senti menos estressado, calmo, animado, mesmo não demostrando. Eu me parava olhando pro céu, pro mato e tudo aquilo me confortava. Pensava na vida, nos amigos, na minha carência, no quanto eu queria estar apaixonado e compartilhar momentos assim com alguém que eu pudesse realmente estar apaixonado.

A minha manhã foi resumida em biscoito recheado, refrigerante, TV e músicas no celular.

O almoço foi ótimo, mas fiquei com vergonha da minha "frescura" de não querer comer carne. A minha preocupação maior foi quando fizeram uma "minireunião" pra saber o que eu comeria. Fiquei bisbilhotando eles falando baixo. Eu me senti muito vergonhoso, sem jeito, pois não queria gerar esse tipo de problema, não queria dar trabalho. Com a ausência de ovo, perguntaram se eu comia sardinha, e eu escapei nela, com salada e arroz.

Depois do almoço, o Kennedy armou uma rede pra mim e eu rejeitei tirar um cochilo, pois na TV estava passando uma entrevista tão massa, mas tão massa, que acabei esquecendo sobre o que era pra colocar aqui- rs. Depois, já acabada, o soninho falou mais alto eu eu fui em direção a rede, que já me esperava.

Confesso que essa foto foi eu mesmo que tirei, mas tinha acabado de acordar. Só fechei os olhos novamente e click. Podem perceber olhando o inchaço na minha cara.

Um pouco mais de 14h30, acordei, comi algumas frutas enquanto via TV. A tarde também foi resumida a TV, mas foi legal. Eu ri de algumas coisas, da situação mesmo da casa, da preocupação em que estavam tendo comigo.

Às 16h já estávamos nos preparando para voltar, já em mente que chegaríamos na cidade às 20h. Então, fui ao banheiro de palha que tinha chuveiro e tomei aquele banho. Fiquei "escabreado", olhando para os lados, temendo que alguém me visse ali, mas foi tudo certo. O vento frio batia em mim após o banho, o frescor foi bom demais, pois à tarde estava muito quente.

Seguimos caminho, paramos em outro interior, chamado Lagoa Vermelha, tiramos cocos, mangas e bananas e nos mandamos de volta. Juro, vi a noite chegar escutando música no fone de ouvido.

Chegamos um pouco antes de 20h e eu não estava tão cansado como pensei que estaria.

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