No domingo, bem cedo, acordei disposto. Por quê? Porque iria à igreja! Isso mesmo: i-gre-ja. Eu sei que você, caro leitor, ao ler isso, ri – ainda mais aqueles que me conhecem pessoalmente.
Há anos não pisava em uma igreja. Quando era pequeno, era sagrado eu estar lá, principalmente aos domingos. A minha companhia era sempre a minha vó e, portanto, além de irmos à missa, antes mesmo já estávamos seguindo na procissão. Lembro muito bem que sempre levava uma garrafinha com água para quando em alguma pausa na rua, descansasse e bebesse. Mesmo sabendo que iria caminhar quilômetros, eu sempre estava disposto, animado. Com o passar do tempo, e pela ausência não sei por que da minha avó não ser mais tão assídua, deixei de ir. Eu não sabia ir só e essa dependência acabou sendo carregada por mim até hoje.
No entanto, com essa distancia, perdi a vontade, até que conversando sobre religião com a Nayenne, me surgiu uma luz. Dialogando, ela acabou ficando sabendo que eu sou “pagão”, ou seja, não sou batizado. Ela ficou impressionada ao saber disso e quis me ajudar. Demorou algum tempo depois que tivemos essa conversa, pensava até que ela tinha se esquecido disso, até que ela me veio com o assunto novamente um dia desses. Ela disse que iria começar as inscrições da primeira comunhão e perguntou se eu iria fazer. Fiquei na duvida, pois ainda tenho que me virar com essa dependência, até que o Junior, namorado dela, ouviu o assunto e se interessou também. Com isso, vendo que não iria ficar só, resolvi encarar. Nem eu e nem ele somos batizados ainda e podemos nos batizar juntos, num é massa?
Com isso, sem bancar dificuldade, a Nayenne fez tudo: foi aonde faz a inscrição, fez a inscrição pagando com o dinheiro dela (claro que depois paguei pra ela) e ainda foi atrás do meu endereço, fazendo assim duas viagens.
Sim, e a igreja, onde que aparece nessa história?
Bom, após tudo certo, para saber os dias em que iriam começar as aulas, tivemos que ir à igreja, pois só lá eles iriam divulgar. E assim, como disse acima, acordei bem disposto cedo e fui.
Antes de a missa começar, minutos antes de 7h, chegamos ao mesmo tempo ao lado da igreja. Sem muita demora, entramos, fomos saudados por duas senhoras na porta principal e nos acomodamos no penúltimo banco do fundo. Confesso que estava com um pouco de vergonha, mas tentava encarar, depois de anos, tudo aquilo. Era tudo diferente para mim, era como se fosse a primeira vez. Acho que o Junior acabou percebendo a minha diferença e perguntou o que eu estava achando, e respondi baixo que era estranho.
Eu não fazia todos os gestos, tudo que o padre pedia, mas não me senti culpado e nem arrependido. Eu me considero católico, mas acho que não preciso levar as mãos pra cima e gritar que amo o Senhor. Penso assim, pois, sem querer ser negativo, mas já sendo, há pessoas que só vão à igreja fazer papel de figurante, pois ao sair continuam fazendo coisas erradas. Na noite anterior uma amiga minha me falou a mesma coisa e disse que o importante é crer, é Tê-lo no coração. E eu tenho!
Enfim, durante a missa conversávamos pouco e eu ria de algumas coisas que algumas pessoas faziam. Sendo assim, garanto que me senti leve, renovado. As palavras que o padre dizia tocavam de verdade em meu coração. Lá estava tão bom que nem precisei ficar olhando a hora, como faço de costume quando estou nervoso para que o tempo passe logo. Foi legal, gostei.
Tentarei ir com mais frequência agora.
Você escreve muito bem, Anderson! Ademais, acredito que antes de qualquer decisão do tipo na sua vida, deves procurar a essência de sua personalidade... 'É no que eu acredito? Porque creio nisso?'
ResponderExcluirSomente assim terás absoluta certeza que estarás fazendo a coisa certa para você e para sua descêndencia.
Parabéns pelo blog!
- Eu não acho que escrevo bem, mas procuro não cometer erros. Procuro passar da cabeça para os meus dedos a melhor forma de entendimento - principalmente para mim, no futuro. Enfim, mais uma vez, muito obrigado pela força, isso mostra que tu é amigo de verdade. Valeu!
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